A educação na América Latina: 100 anos da Reforma de Córdoba
XIII Edição (2017)
Quando em 1918 os estudantes da Universidade de Córdoba se levantaram em rebelião exigindo uma nova forma de ser universidade iniciava um novo tempo no ensino superior da América Latina. O protagonismo estudantil colocou abaixo velhas práticas, rompeu com o colonialismo cultural, e inaugurou o tempo da autonomia, do governo compartilhado, da extensão universitária e de democracia dentro das instituições. Foi um movimento que mudou não apenas o ensino universitário na Argentina, mas incendiou e influenciou toda a América Latina.
Para celebrar os 100 anos desse momento estelar na vida universitária latino-americana as Jornadas Boliviarianas de 2017 dedicarão os debates ao tema Educação. Afinal, se no distante 1918 os estudantes se levantaram pelo direito de dirigir junto com professores e técnicos a vida universitária, hoje seguimos vivendo outros levantes dos estudantes, universitários e secundaristas, na batalha por uma educação de qualidade e democrática. Isso significa que as bandeiras de Córdoba ainda seguem sendo bandeiras, algumas delas ainda longe de se concretizar.
No Brasil, as reformas no ensino médio e as propostas do governo federal para a universidade tornam esse tema um ponto chave no debate nacional. Para tanto o IELA se vale da história e parte da reforma de Córdoba de 1918 que reivindicou desde as entranhas da universidade de extração colonial, bandeiras da autonomia universitária, o fim da cátedra, a renovação dos métodos pedagógicos, o fim do colonialismo mental e o fim da escolástica como norma no ensino.
Neste momento da história brasileira em que o país segue vivendo na dependência científica e tecnológica e com grande isolamento social da experiência universitária brasileira – a despeito dos movimentos de inclusão social como as ações afirmativas e os processos seletivos menos influenciados pelo vestibular – é decisivo recuperar a modernidade da Reforma de Córdoba, estudar suas reivindicações, observar as forças sociais que a determinaram, entender seu sentido de atualização histórica e considerar a atualidade de suas reivindicações para a afirmação de uma universidade capaz de superar os grandes problemas nacionais.
Programação
A programação ainda pode sofrer alterações. As inscrições são gratuitas e feitas no local do evento
Dia 15 de maio
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8:30 |
Abertura oficial das Jornadas BolivarianasConferência "A reforma universitária do século XXI: Legados e batalhas atuais por uma Universidade Nuestroamericana emancipadora"Pablo Imen (Argentina) |
Tarde |
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14:30
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Apresentação de Trabalhos
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Noite |
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18:30 |
Conferência "O colapso da social-democracia estatal criolla e o sonho da democracia universitária de Nuestra América"Heinz Dieterich (México) |
Dia 16 de maio
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09:00 |
Conferência "A Reforma de Córdoba nas raízes da educação cubana"Pedro Martínez (Cuba) |
Tarde |
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14:30
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Apresentação de Trabalhos
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Noite |
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18:30 |
Conferência "Em busca da interculturalização da Educação Superior na América Latina"Luis Fernando Sarango Macas (Equador) Conferência "Ciência rebelde ou modernização reflexa: O dilema latino-americano em Ciência e Tecnologia"Diógenes Breda (Campinas/Brasil) |
Dia 17 de maio
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09:00 |
Conferência "A educação bolivariana inclusiva e de qualidade na Venezuela"Trina Manrique (Venezuela) Conferência "Dilemas atuais da educação brasileira"Ivo Tonet (UFAL) |
Tarde |
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14:30
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Espaço livre |
Noite |
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18:30 |
Conferência "A Universidade Necessária como superação da Universidade Operacional e da Universidade Inclusiva"Nildo Domingos Ouriques (IELA-UFSC) Conferência "Educação e Revolução no ISEB: a atualidade da experiência dos Cadernos do Povo Brasileiro (1962-64)"Angélica Lovatto (UNESP)
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Local
O auditório fica localizado no andar térreo do prédio da Reitoria da UFSC . Florianópolis . Santa Catarina . Brasil
Certificados
Os certificados devem ser retirados no IELA, duas semanas após o evento, ou podem ser solicitados via correio eletrônico: iela@contato.ufsc.br , pelo qual serão encaminhados em PDF.