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O último jornalista assassinado em Cuba

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Por IELA em 02 de novembro de 2020

O último jornalista assassinado em Cuba

Fidel Castro e Carlos Bastidas Argüello na Sierra Maestra

Aqueles de nós que de alguma forma apóiam as ações da ONU lembram que 2 de novembro foi proclamado o Dia Internacional para acabar com a impunidade dos crimes contra jornalistas.
E como Presidente da Comissão de Imprensa da Associação Cubana das Nações Unidas, onde sempre nos lembramos do último jornalista assassinado em Cuba, quero esta segunda-feira homenagear o jovem equatoriano Carlos Bastidas Argüello, assassinado em Havana, numa terça-feira, 13 de maio 1958, poucos meses após o fim da ditadura de Fulgencio Batista.
O jornalista Carlos Bastidas, de 23 anos, foi assassinado por um pistoleiro da tirania de Batista chamado Orlando Marrero, conhecido como Gallo Ronco, um bandido de péssima ficha que atuava como subordinado do Brigadeiro General Pilar García, Chefe da a Polícia Nacional do ditador Batista.
Ficou evidente que os serviços secretos da tirania sabiam que Carlos Bastidas estava há aproximadamente dois meses na Sierra Maestra, de onde colaborou com as transmissões da Rádio Rebelde usando o pseudônimo de Atahualpa Recio, e deixou claro sua simpatia pela luta que, ali, os guerrilheiros comandados por Fidel Castro estavam travando.
Carlos Bastidas encontrou-se na Sierra Maestra com o jornalista argentino Jorge Ricardo Masetti, fundador da Agência Prensa Latina em 1959 que, em seu livro “Los que luchan y los que lloran”, garante que o jovem jornalista equatoriano se apaixonou pela Revolução Cubana.
Os autores do assassinato de Bastidas, o assassino Orlando Marrero e seu chefe, o general Pilar García, encontraram refúgio seguro na cidade de Miami nos primeiros dias do triunfo da Revolução, junto com outros criminosos que atuaram a serviço da tirania de Batista, alguns dos quais eram membros da Brigada 2.506, derrotada em abril de 1961 nas areias de Playa Girón.
O assassinato de Carlos Bastidas Argüello foi um dos tantos sangrentos acontecimentos que serviram de aval para que a ditadura de Batista garantisse a Pilar García, em 10 de agosto de 1958, o posto de General de Brigada. Os revolucionários cubanos diziam que apesar de ter nome de mulher, Pilar era um sicário com alma de criminoso.
A maioria dos assassinos e corruptos que sustentaram o regime de Batista por sete anos conseguiram escapar de Cuba e buscaram refúgio nos Estados Unidos.
Por isso, e para que não se perca a memória histórica, recordo hoje o Dia Internacional para acabar com a impunidade dos crimes contra jornalistas. É nossa homenagem ao jovem equatoriano Carlos Bastidas Argüello, cujos restos mortais repousam no cemitério principal de Havana, e é um digno continuador do prócer Eloy Alfaro.
 

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