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Trump quer deportar 11 milhões de pessoas

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Por IELA em 23 de fevereiro de 2017

Trump quer deportar 11 milhões de pessoas

Muro na praia de Tijuana separa o México dos Estados Unidos

Nessa última quarta-feira, o presidente estadunidense Donald Trump apresentou suas propostas para garantir que pelo menos 11 milhões de pessoas sejam deportadas dos Estados Unidos por não terem sua situação legalizada no país. Segundo ele, todo o imigrante encontrado sem documentos será enviado ao México, não importando qual seja sua nacionalidade. 
As medidas criminalizam e sujeitam à prisão os imigrantes que violem qualquer lei estadunidense, incluída aí estar sem documentos. E, para garantir que a fiscalização seja rígida Trump também anunciou que serão contratados mais 15 mil agentes de imigração, assim como serão construídos novos centros de detenção. Ele quer que se acelerem os processo de deportação e que se inicie logo a construção do muro que fechará toda a fronteira com o México.
Conforme memorando assinado por John Kelly, secretário da Segurança Interior as novas medidas colocam em prática as ordens executivas de Trump, dadas nos primeiros dias de governo. Assim, a partir de agora os estrangeiros estão sujeitos à prisão e remoção do país. O escopo das medidas é tão amplo que a definição do que seja um “crime”, em se tratando de estrangeiro, também se agiganta. Para se ter uma ideia, basta que o imigrante seja acusado de qualquer irregularidade – sem necessariamente ser comprovado – e já pode ser preso. Também a simples suspeição por parte de um agente federal garante detenção e deportação. 
Atualmente existem nos Estados Unidos pelo menos 750 mil jovens sem documentos de imigração, que são protegidos por um programa específico chamado Ação Adiada (DACA). Mas, ao que parece, nem eles estão livres da agressiva campanha anti-imigrantes, pois, segundo denúncias de jornais locais, pelos menos dois jovens protegidos pelo DACA já foram detidos. 
Com as medidas em vigor deve ser imediata a contração de 10 mil agentes de imigração, mais outros cinco mil que atuarão nas patrulhas de fronteira e 500 agentes aéreos e de marinha. Também haverá o aumento do número dos centros de detenção que hoje tem a capacidade para encarcerar até 35 mil pessoas.  
Outra mudança importante tem a ver com as instruções sobre a deportação. Até então, a deportação se aplicava aos imigrantes que estivessem na zona de fronteira e há até 14 dias no país. Com as novas medidas, a deportação pode ser feita com qualquer pessoa que já esteja no país há dois anos e em qualquer parte do território. Também os imigrantes que já estejam no país e que tentem trazer os filhos, por exemplo, serão enquadrados como facilitadores do tráfico de crianças, e não somente serão deportados como podem sofre processos penais. Um verdadeiro terror. 
O jornalista David Brooks, do jornal mexicano La Jornada informa em uma ampla reportagem que o governo estadunidense levará a cabo outra polêmica decisão que é a de autorizar os policiais locais a atuarem como agentes de imigração em colaboração com os agentes federais. Ou seja, a militarização total das fronteiras, com o aumento da violência contra os imigrantes. 
Ele também ouviu as autoridades do Departamento de Segurança que disseram não haver necessidade de pânico, porque as medidas serão implantadas em etapas. Mas, é obvio que os discursos inflamados do presidente contra os imigrantes e as prisões que já estão acontecendo tornam essas declarações inócuas. É seguro que devem acontecer “redadas” – que é como os imigrantes chamam as varreduras feitas pela polícia  – e deportações massivas.  
Com informações de David Brooks – jornal La Jornada

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