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Movimento nas ruas andinas

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Por IELA em 14 de maio de 2015

Movimento nas ruas andinas

Por Leandro Pellizzoni – de Cusco – texto e fotos
 
Fotos: Leandro Pellizzoni
Cusco foi a capital do Império Inca. Durante séculos a grande nação Quichua viveu, prosperou e difundiu ideais de sociedade em harmonia com a terra, a Pachamama, com o próximo, com a comunidade. Depois da destruição desse império pelos europeus que chegaram por aqui, os nativos seguem sendo explorados e humilhados pelos descendentes daqueles que vieram trazendo a cruz e a espada.
Hoje Cusco é uma cidade grande, visitada por pessoas do mundo inteiro e com problemas também. Na manhã desta quarta-feira, dia 135, moradores da cidade Calca, distante 50 Km, protestaram em frente da sede da província de Cusco por causa despejo de lixo proveniente da região que vai para no lixão na cidade em péssimas condições.
Os resíduos, centenas de toneladas por dia, estão sendo largados por uma estrada do município e moradores e autoridades de Calca tem que se virar para abrir caminho com máquinas para poderem trafegar. Segundo os moradores há um grande problema com a quantidade de cachorros que se alimentam nesses lixões causando prejuízos pois eles reclamam que esses cães estão atacando suas criações.
“Nossas crianças também correm perigo”, manifestou-se um dos camponeses. Outro problema grave é a propagação de doenças, atingindo adultos, crianças e idosos.Cerca de 300 moradores ficaram em frente da sede do governo até que foram recebidos pelas autoridades em um salão do governo onde iniciou-se o debate sobre as providências que serão tomadas.
O descaso da com relação ao despejo de lixo em meio da estrada que liga povoados demonstra como são tratados os povos nativos por estes rincões terceiromundistas.
A estratégia continua
A educação também é um exemplo desse descaso. Os professores da região saíram às ruas protestando contra um decreto do governo que quer aumentar a jornada de trabalho de 30 para 40 horas semanais sem aumento da remuneração, hoje de S/1200 (novo sol), cerca de R$ 1150 reias.
Com isso podemos perceber que a estratégia dos dominantes segue sendo a mesma. Talvez trocaram as máscaras, a maquiagem, mas a exploração dos povos da Pacha Mama continua. No Peru, no Brasil, Argentina, África e Ásia. Mas os povos seguem suas lutas de liberdade e autonomia.

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