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Eleição presidencial no Chile

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Por IELA em 15 de dezembro de 2021

Eleição presidencial no Chile

Disputa é entre o jovem de esquerda Boric e o extrema direita Kast Pesquisas apontam acirrada eleição no domingo, dia 19, com leve vantagem para a esquerda. Chilenos não tem obrigação de ir às urnas  Desde o retorno da democracia, em 1990, o Chile não vivencia uma eleição presidencial tão disputada. No domingo, 19, teremos de um lado o candidato da frente ampla de esquerda, Gabriel Boric (35 anos), e do outro o extrema direita, José Antonio Kast (55 anos). Com propostas opostas e no meio de uma tensão social e econômica, eles tentam, nos últimos dias, atrair os eleitores às urnas, já que o voto não é obrigatório. No primeiro turno, apenas 47% dos chilenos compareceram aos locais de votação. Pesquisas de opinião apontam uma leve vantagem para o jovem Boric, e os números não divergem muito. O instituto Cadem, por exemplo, mostra que são pouco menos de cinco pontos de distância – 52% para a esquerda e 48% para a direita. Já a consultoria La Cosa Nostra, que entrevistou 600 chilenos, indica Boric com 52,5% das preferências e 47,5% para Kast. Para o consultor político da Tresquinto, Kenneth Bunker, é uma eleição incerta, em um ano bem anormal. “Desde os protestos sociais no Chile, em 2019, nada é previsível”, completou. O que se sabe é que Kast tem a concentração de seu apoio no Sul do Chile, e Boric na capital, Santiago, e outras grandes cidades. Advogado e um dos protagonistas das manifestações estudantis contra a privatização das universidades, em 2011, Gabriel Boric, que atualmente é deputado, pode se tornar o presidente mais jovem da história do Chile. Entre as suas propostas estão a diminuição da jornada de trabalho para 40 horas semanais, a criação de um sistema de saúde universal, a estatização do sistema previdenciário e o pagamento de 296 dólares aos chilenos com mais de 65 anos. Sua proposta é de um Estado de bem-estar com forte presença no âmbito social dos chilenos. Já o candidato da extrema direita Kast faz parte do time do presidente brasileiro, com propostas polêmicas que levam o Chile ao comprometimento da democracia e dos ganhos sociais e econômicos. Uma delas é a instalação de uma vala na fronteira Norte do Chile para conter a entrada de peruanos, bolivianos e venezuelanos. Ele também defende um estado de emergência em que o presidente tenha poderes de prender pessoas em suas próprias casas ou em locais que não sejam prisões. Além disso, é contrário à lei do aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Propõe também benefícios sociais maiores às mulheres casadas. Outro tema no centro dos debates entre os dois candidatos é a privatização, como a da Televisión Nacional de Chile e a da Empresa Nacional do Petróleo, defendidas por Kast. Boric já adiantou que é contra a privatização, inclusive da Corporación Nacional del Cobre de Chile. Para chegar ao Palácio de La Moneda, Boric conta com o apoio de dois ex-presidentes: o advogado e neoliberal Ricardo Froilán Lagos Escobar (2000/2006) e a atual Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet (2006/2010). Já Kast reúne todas as forças de direita e extrema direita do Chile, inclusive conta com o apoio do partido do atual presidente, eleito em 2018, Miguel Sebastián Piñera Echenique, que foi presidente também entre 2010 e 2014.  @dudahamilton com agências internacionais

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