Um mundo sem lei
Texto: Elaine Tavares
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A direita se apropriou do pop – Foto: reprodução do Youtube
O livro História do Brasil com Empreendedores é de autoria do senhor Jorge Caldeira, o sociólogo tucano da grã-finagem bandeirante da qual é extremamente cioso, um dos mais jovens bateristas da Academia Brasileira de Letras, apadrinhado pelo ex-presidente da República FHC, cujo prestígio literário o acadêmico Merval Pereira é devoto no valor de troca, ainda que o bacana fungível da ABL não seja proveniente de família abastada, o que para o Max Weber dos empreendedores não deixa de ser um mal de origem.
O pé de chinelo Pablo Marçal, nascido em algum lugar de Goiás, é a prática evangélica bem-sucedida do empreendedorismo que seduz a pequena burguesia enlouquecida e fascistóide de São Paulo.
O complexo policial do nababo, de que falava Mário de Andrade para caracterizar a personalidade básica do paulista, é a simetria contraditória no capitalismo sem proletariado entre o requintado Jorge Caldeira e o incivil Pablo Marçal.
O eleitor semifodido, dono de carrinho de cachorro-quente na Vila Madalena pagando o dízimo da sorte grande, pode virar gângster Rockefeller ou banqueiro malandrete à Barão de Mauá. Basta atiçar o tesão de querer progredir em um país onde o empresário Sílvio Santos é o baú do capital acumulado.
A dúvida é se pertence à fêmea ou apenas ao macho a vocação para o empreendedorismo. É que no balaio crematístico dos evangélicos só dá pastor tarado com o pau na mão, a lembrar a primeva mãe paulista estuprada no teatro oswaldiano de José Celso.
Edir Macedo apropriou-se perversamente do general da banda umbandista Tatá Tancredo e secou o leite do seio da mãe com o matricídio Bolsonaro.
O que deixa baratinado o empreendedor Pablo Marçal é a hipótese de que ele seja um sádico blasfemo que ergue os mortos e cura o câncer, sendo por isso castigado por seu grande amigo vivo Jyzuys Crystu.
Oxalá Marta Suplicy, no intuito de combatê-lo, faça as pazes com o Brizolão andrógino de Darcy Ribeiro.
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