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Peru: segue o Paro Nacional

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Por Elaine Tavares em 23 de janeiro de 2023

Peru: segue o Paro Nacional

Aprofunda-se a crise no Peru. Depois da prisão de Pedro Castillo após ser deposto pelo Congresso que pretendia fechar, o país tem se levantado em protestos, manifestações, trancamentos de estradas. No último dia 19 foi organizado um “paro geral” com a chamada Marcha dos 4 Suyos, a qual foi formada por gente de todos os cantos do país caminhando em direção à capital, Lima. Hoje, dia 23, o paro continua, as mobilizações seguem por cinco dias seguidos.

A repressão foi a tônica na chegada dos manifestantes em Lima. Desde o primeiro dia a violência das forças policiais se desatou, com mais mortes, prisões e inclusive a entrada brutal na Universidade Nacional Mayor de San Marcos aonde os estudantes tinham dado refúgio para alguns dos caminhantes. A reitora Jerí Ramón autorizou a entrada da polícia. Um operativo enorme de tanques e policiais cercou a universidade e a porta principal foi derrubada. Em seguida, cerca de 200 pessoas acabaram presas, o que está sendo considerado um grave ataque aos direitos humanos. Entre elas estavam estudantes, professores e jornalistas.
Ontem todos foram liberados, mas a reitora da San Marcos está sendo duramente criticada por sua atitude, com os estudantes e um grupo de professores pedindo a sua renúncia.

No sábado, quando todas as colunas chegaram a Lima foram registrados 106 pontos de bloqueio, com mais de 700 feridos. Segundo informações divulgadas pelo jornal A República, a presidente Dina Boluarte segue atuando em consonância com as orientações do presidente do seu Conselho de Ministros, Alberto Otálora, que a orientou manter-se firme, caso contrário, poderiam ser processados. Otálora também assegurou que as Forças Armadas estão no apoio do governo e por isso não há até o momento possibilidade de renúncia por parte de Dina.

A marcha sobre a capital e o paro nacional tem como demanda a libertação de Pedro Castillo, o fechamento do Congresso e a imediata realização de eleições gerais. Além dos protestos que seguem na capital, em várias cidades do país também estão sendo realizados atos e mobilizações. Não há qualquer sinal de que o paro seja levantado. Da parte do governo, a decisão é manter a mão dura, aumentando a repressão e mantendo o estado de emergência. De qualquer forma a invasão da universidade repercutiu muito mal, não apenas no país, mas também fora dele. Nos jornais locais e nas emissoras de TV o discurso que cresce é o da necessidade das eleições.

Ao que parece o governo de Dina Boluarte será breve.

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Vídeo recolhido do Twitter do jornalista Denis Rogatyuk. Dia 21 de janeiro

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