Sepex: 22ª Edição
Texto: Elaine Tavares
Fotos: Juan Carlos Cevallos/API
Depois de mais de 30 dias de uma brutal repressão por parte do governo de Daniel Noboa, a Conaie, através do seu presidente Marlon Vargas, anunciou o fim do Paro Nacional. Em pronunciamento, Marlon pediu aos comunheiros indígenas que liberem as vias e voltem aos seus territórios. O anúncio veio justamente no momento em que o governo ameaçava desobstruir, a qualquer preço, as estradas em Imbabura.
Segundo Marlon essa é uma difícil decisão, mas necessária diante do número expressivo de feridos e mortos provocados pela força pública. O que se espera agora é que Noboa desmilitarize as comunidades e liberte os manifestantes detidos.
Marlon Vargas deixou claro que a luta não termina com o fim do paro. Agora é retomar as forças e começar uma campanha pela “Não” a uma nova Assembleia Constituinte que está sendo proposta por Noboa.
Em anos, esta foi a primeira derrota das comunidades indígenas. Em outras ocasiões de Paro Nacional, apesar de haver repressão, sempre houve negociações com o governo. Desta vez Noboa não abriu qualquer possibilidade de conversa ou acordo. Foram só bombas, balas, tanques e muita violência.
O levantamento do Paro não está sendo uma unanimidade entre os indígenas. As comunidades de Imbabura, por exemplo, pretendem realizar ainda hoje mais uma grande marcha. Agora é esperar para ver se as demais comunidades aprovam a decisão da Conaie.