História e Pensamento Militar
Texto: IELA
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A Igreja converte Cristo em valor de troca, ou seja, a fé é dinheiro. Todo fundador de Igreja, seja ele qual for, lembra SãoPaulo: gestor, burocrata, empreendedor. Dir-se-ia uma mistura de Edir e João Doria. São Paulo era um esquizofrênico, um neurótico submetido à dualidade: santo e padre, gênio e corrupto. O Vaticano não sacou na década de 60 que das 3 virtudes teologais a melhor era a caridade, não a fé nem a esperança.
O evangélico odeia a caridade porque essa virtude colide como caráter egoico de salvar-se pelo dinheiro que despreza o sentimento de amor para com os pobres. O barão da mídia é indissociável do Bishop pregador daesperança.
Adolf Hitler, que poderia ser um excelente pastor, não tinha nada a ver com caridade, e sim com a esperança e a fé. A enorme expansão evangélica é o resultado do caráter rentista e especulativo do atual capitalismo monopolista. Quando se abre uma igreja, adeus religião. Cada crente tem o seu Deus. É o Deus dele que não tem nada a ver com o meu. Então, o Deus é meu, pertence a mim, é minha propriedade. Deus é meu. Não é também Deus nosso. É Deus meu.
A igreja Universal do Reino de Deus é entusiasta de Israel. Vide no Rio de Janeiro o prefeito Crivella, que é um talentoso cantorsionista.
De Rockefeller a Henrique Meirelles o desejo recôndito da filantropia é matar todos os pobres, que são os verdadeirosresponsáveis e causadores da pobreza. Invenção típica do sistema capitalista, o crédito pressupõe que o homem correto é aquele que paga. Aí está no fundo o julgamento sobre a moralidade. Um homem rico dá crédito a um homem pobre supondo que este irá pagá-lo porque é um homem decente, e não um vagabundo sem vergonha e desonesto que não merece confiança.
Os clérigos e os magistrados usam palavras pomposas e pensamentos rasteiros. Basta perguntar para o volúvel e vaidoso Sérgio Moro se acredita ser a cadeia uma casa de correção moral.
– Doutor, aqui para nós, o senhor acha mesmo que a punição é capaz de melhorar o mundo?
O direito pop do Batman de Curitiba é o direito à desigualdade. Independentemente de Lula ter sido posto na masmorra, sabemos que todo julgamento é político, porque toda lei, em sua origem, é política. Juiz imparcial é mistificação.
No frasear do povo, cabeça de juiz é que nem coice de mula, ninguém sabe para onde vai. Sabe-se sim: vai é para o lado dos ricos e dos poderosos.
O que o crente preza é a fé, a fidúcia, a quem ou de quem se fia. Crédito origina-se da palavra crer, acreditar. O instituto de crédito por excelência é o banco. Não há diferença entre banco e igreja evangélica. O credo de ambos, pastor e banqueiro, é menos Deus que grana. Pier Paolo Pasolini advertiu e não foi ouvido pelo Vaticano na década de 60: das três virtudes teologais a melhor é a caridade, não é a fé nem a esperança. Nazismo era fé e esperança, não existia caridade. Esta foi substituída pelo crédito: se quiser pode passar o cartão. Crédito ou débito.
O poeta Pasolini, o novo Dante da Itália, atacou São Paulo por ter fundado uma igreja, não uma religião. Fundou uma instituição, não uma mística. Misticismo e clericalismo não são a mesma coisa. A direita provém da organização clerical. Nada pior que um fundador de igreja.
São Paulo era um esquizofrênico, um neurótico submetido à dualidade: santo e padre, gênio e corrupto. É falso afirmar que o problema dos últimos 10 anos consiste na politização da justiça. O tudo por dinheiro de Silvio Santos não é diferente da escandalosa telenovelização do judiciário, ainda que Sérgio Moro não seja Tarcísio Meira.
Texto: IELA
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