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Justiça equatoriana quer a prisão de Rafael Correa

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Por IELA em 04 de julho de 2018

Justiça equatoriana quer a prisão de Rafael Correa

A Procuradoria Geral do Equador, através do fiscal Paúl Pérez, durante uma audiência de revisão de medidas cautelares aplicadas ao ex-presidente Rafael Correa, a qual ele não compareceu, decidiu solicitar sua prisão preventiva. Correa atualmente vive na Bélgica, onde vinha se apresentando sistematicamente ao consulado do Equador, cumprindo as medidas cautelares referentes a uma investigação sobre uma tentativa de sequestro a um de seus opositores no Congresso. Ele também vinha se colocando à disposição para todas as informações necessárias sobre o caso, mas não cogitava viajar ao Equador. Em todas as suas entrevistas e declarações, Correa tem negado qualquer envolvimento no caso e denuncia uma trama política para prendê-lo. Vir ao Equador seria como se entregar. Era certo que o prenderiam.
Pois, apesar da colaboração de Correa no processo de investigação, a Corte Nacional de Justiça acatou o pedido de prisão preventiva do ex-presidente, e também aceitou solicitar a ajuda da Interpol para prender e extraditar o ex-presidente. O argumento é de que como ele não cumpriu a ordem de se apresentar a um tribunal em Quito, estaria em débito com a justiça.
Rafael, que vem denunciando perseguição do atual governo do Equador diz que todo esse processo faz parte da nova “Operação Condor”, regida pelos estados Unidos, que está sendo efetuada na América Latina na busca por judicializar ex-presidentes que tenham feito parte da onda progressista que nasceu com Hugo Chávez. Assim foi feito com Jean Aristide no Haiti, com Zelaya em Hondura, Fernando Lugo no Paraguai. E agora está se cumprindo na Argentina, com a tentativa de aprisionar Cristina Kirchner e com Lula no Brasil, que já está preso. Em sua conta no Twitter, afirmou: “Sabem quanto êxito terá essa farsa internacional? Nenhum. Não se preocupem, é uma questão de tempo. Venceremos!”
O caso Balda
Fernando Balda era deputado pela Aliança País, coligação do presidente Correa. Depois de algum tempo, por desavenças políticas passou para a oposição e começou a atacar o então presidente, o que lhe valeu um processo por calúnia e difamação. Para fugir da Justiça ele cruzou a fronteira para a Colômbia em 2009.  Em julho de 2012 Balda é sequestrado na cidade de Bogotá, numa operação que, segundo ele conta, acabou dando errado. Os sequestradores fogem e ele fica em liberdade. Em outubro Fernando Balda é extraditado para o Equador e lá denuncia o seu sequestro e acusa Correa de ter sido o mandante. 
Em maio de 2015 quatro colombianos são presos em Bogotá, acusados de terem participado do sequestro frustrado. Em março desse ano, com o país já sob o comando de Lenín Moreno, são presos os agentes da inteligência equatoriana Raúl Chicaiza, Jessica Falcón e Jorge Espinoza, acusados e terem tramado o sequestro. Eles concordam em falar e dizem que apenas cumpriam ordens. Em junho é preso na Espanha o ex-diretor geral da polícia Pablo Romero, que tinha sido secretário nacional de inteligência à época e é a partir daí que começa a perseguição também a Correa, visto que ele era o presidente e dele, dizem os agentes, teria partido a ordem. A Corte de Justiça determina então que Correa se apresente periodicamente perante a Justiça.
Essas medidas estavam sendo cumpridas por Correa na Embaixada do Equador, na Bélgica, onde vive. Mas, a última delas a Justiça exigiu que fosse no Equador. Correa não compareceu. Por conta disso, agora foi decretada sua prisão e extradição. 
 

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