Na Venezuela também a direita avança

Foto: Jornal ABC

As eleições para a Assembleia Nacional, a de número 20 depois da primeira eleição de Chávez, deram a vitória a Mesa de Unidade Democrática, que tem sido ferrenha opositora de todas as transformações promovidas pela revolução bolivariana, sempre com o apoio de seus parceiros estadunidenses. Desde o final do ano passado que o país vem enfrentando uma espécie de “guerra económica”, promovida pelo setor que controla a importação. Faltam produtos no mercado obrigando a população a disputar nas longas filas aquilo que o governo consegue oferecer. 
As eleições parlamentares desse dia 6 de dezembro fora, então, termômetro que mediu a capacidade da população de enfrentar as dificuldades geradas tanto pela investida da direita, quanto os erros e limites do próprio governo. 
Com uma boa participação do eleitorado, 74,25%, a MUD conseguiu garantir 99 deputados contra apenas 54 do PSUV, partido do governo, garantindo assim ampla maioria na Assembleia Nacional, podendo agora impor suas propostas desde o legislativo. 
O presidente Nicolas Maduro falou à nação e reconheceu a derrota, lembrando ao povo todas as vitórias da revolução, defendendo a lisura do processo eleitoral e convocando o país a seguir lutando para que as conquistas não se percam e o país avance em paz.   
A oposição que já vinha gritando por “fraude, fraude”, agora que ganhou reconhece que o sistema eleitoral é “muito bom”. Por conta disso Maduro fez questão de ressaltar que neste 6D, como em todas as demais eleições, ganhou a democracia. Pode ser que agora o mundo reconheça que na Venezuela não há uma ditadura, como costumam alardear os meios de comunicação.