Transporte e formação regional em Santa Catarina

04.11.2013  – O NECAT – Núcleo de Estudos de Economia Catarinense – que tem a participação dos professores  Lauro Mattei e Valdir Alvim, convida todos a participarem, nesta segunda-feira (04/11) às 18h30, no mini-auditório de Economia no CSE, do Seminário “Transportes e formação regional em Santa Catarina”, que terá como palestrante o Prof. Alcides Goularti Filho (UNESC).

Sobre o Livro
Por Moacir Loth/Jornalista da Agecom/UFSC
Duplicação de estradas, construção de mais rodovias, reestruturação dos portos e retomada do modelo ferroviário fomentam e alimentam o cenário econômico e social catarinense. Ambientado nesse clima, demandado pelas exigências do crescimento e da globalização, são atuais e oportunas as pesquisas constantes no livro Portos, ferrovias e navegação em Santa Catarina, de Alcides Goularti Filho. Com 324 páginas, incluindo mapas e tabelas, a obra, lançada dentro da Coleção Geral, é a novidade da Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC).
O novo título cobre vazios deixados pelos novos historiadores e preenche lacunas negligenciadas pelos próprios economistas. O autor também publicou pela EdUFSC, em 2007, o clássico Formação econômica de Santa Catarina. Nos dois livros, Alcides Goularti Filho socializa com os leitores pesquisas sistemáticas e de fôlego sobre a história econômica, privilegiando, nas palavras do autor, “o cotidiano, a vida material e as estruturas econômicas, políticas e sociais a partir das dinâmicas contraditórias”. Ao recuperar a história e mostrar a contemporaneidade dos portos e das ferrovias, o pesquisador presta um relevante serviço à sociedade e ao poder público.
Realizada a pesquisa e lançado o novo livro pela EdUFSC, o escritor adverte que “os historiadores estão cada vez mais expulsando a economia da história e os economistas, relegando a história  a simples contextualização”. O pesquisador detalha e aprofunda a história, o surgimento, a vida e o cotidiano dos portos e das ferrovias de Santa Catarina, sob um viés econômico, político, social e cultural.
Para facilitar a compreensão, Alcides Goularti Filho brinda os leitores, no final de cada um dos 13 capítulos, com sínteses e reflexões. Cumpre, assim, o desafio ímpar de “ampliar os estudos sobre a história econômica de SC”. A pesquisa, no entanto, foi pensada dentro do sistema nacional de economia e a partir das dinâmicas regionais e de suas peculiaridades locais, esclarece o autor.
O livro explora a memória, o presente e as perspectivas dos portos de  Florianópolis (Desterro), Itajaí, São Francisco do Sul, Imbituba, Laguna, Navegantes e Itapoá. Revela, de quebra, os projetos de portos em Maciambu e Ilha de Anhatomirim, que seriam alternativas a Desterro. Goularti Filho resgata igualmente a história ferroviária catarinense, interligando as várias regiões do Estado com o País. Destaca, por exemplo, a Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina, que escoava a produção de carvão, e a Companhia Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, que dava conta da circulação da madeira e da produção pecuária. Ou seja, conforme diagnostica o livro da EdUFSC, “as microrregiões catarinenses se integram com a economia nacional, exportando  mercadorias por meio das ferrovias, portos, caminhos e estradas”.
São, infelizmente, escassos e cada vez mais raros os estudos sobre a história econômica. “Os historiadores que pesquisam temáticas ligadas a SC estão mergulhados na nova história, e os recortes encontram-se cada vez mais delimitados no tempo e no espaço”, constata o pesquisador. O autor, que desenvolve pesquisas apoiadas pelo CNPq e Fapesc, é graduado em Economia pela Unisul, mestre em Geografia pela UFSC e doutor em Economia pela Unicamp (SP). Leciona na Unesc, em Criciúma.
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