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Texto: IELA
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Projeto Página – análise de temas socioeconômicos
A economia, política, cultura e lutas sob o olhar sistemático
01.03.2013 – Sob a coordenação do professor Nildo Domingos Ouriques, o Instituto de Estudos Latino-Americanos dá vida a mais um projeto visando a disseminação da informação e da análise crítica de temas cruciais da vida brasileira que conformam os problemas reais da sociedade. É o projeto Página, que começa articulado à estrutura dos Cadernos de Educação Nacional (outro projeto do Iela, também coordenado por Nildo Ouriques). A proposta tem como objetivo informar de maneira permanente e sistemática o estudante do Centro Sócio-Econômico (CSE), mas é, igualmente, aberto a todos os universitários (professores, alunos e técnicos) nas distintas áreas de conhecimento, assim como à comunidade. O trabalho estará focado em alguns temas que são relevantes socialmente e fazem parte da formação de nosso estudante, tais como economia, política, relações internacionais, administração publica e privada, contadoria, etc, que constituem o núcleo duro desta iniciativa. O objetivo é criar um banco de dados com informações que saem nos jornais sobre essas áreas, mas, depois, oferecer sistematicamente análises críticas acerca dos mesmos. A Página emitirá um editorial semanal para o qual serão convidados vários professores da universidade brasileira e, sempre que necessário, do mundo. A página já está aberta, mas o trabalho deverá começar com sistematicidade no início dos semestre letivo de 2013.
Confira a Página, ainda em construção
www.projetopagina.iela.ufsc.br
Conheça o projeto na íntegra.
PROJETO PÁGINA
Primeiro projeto de informação e análise do Centro Socioeconômico Instituto de Estudos Latino-Americanos
Prof. Nildo Ouriques Coordenador Geral
A característica mais nociva do ensino universitário brasileiro é a distância com os problemas reais de nossa sociedade. As razões pelas quais nosso ensino exibe este perfil são muitas, entre as quais se destacam a minúscula participação da empresa privada no financiamento da pesquisa, o perfil acadêmico do professor universitário mesmo nas áreas em que a experiência poderia lograr melhores resultados, o perfil socioeconômico do aluno de economia, a falta de iniciativa das autoridades como viagens de estudo e as imensas carências de infraestrutura para o ensino.
Contudo, nada pode ser igualmente tão nocivo do que a falta de informação que afeta a imensa maioria dos universitários brasileiros. Com inusitada frequência – na graduação e com mais ênfase na pós-graduação – a falta de informação constitui não somente uma deficiência inaceitável que compromete a qualidade do trabalho científico, mas representa antes de tudo uma manifestação de alienação sobre a realidade brasileira que tem se revelado um dos pilares na qual se sustenta a formação de um profissional sem qualidade e conhecimento sobre o mundo que terá que atuar.
A quantidade de informação especializada sobre os problemas brasileiros é assustadora. Com frequência, podemos afirmar que há tanta informação que nossos estudantes não sabem onde buscar tamanha a profusão de fontes, jornais, revistas eletrônicas, páginas eletrônicas, blogs de cientistas sociais e economistas midiáticos, etc.
No extremo oposto, os professores se defrontam com o mesmo problema. A maioria não faz uma seleção de fontes de maneira permanente, com critérios estabelecidos e, sobretudo, com acompanhamento ao longo do tempo de temas e problemas que recebem soluções do Estado ou dos cientistas sociais. Desta forma, quando acessam informação não raro se defrontam com o problema ardiloso de não conhecer a história de um conflito, de uma crise, de uma concordata ou de uma falência. Por isso, desconhecem igualmente como um determinado jornal tratou o tema, quais os especialistas que buscou e, especialmente, qual a linha editorial que o jornal assumiu ao longo do tempo.
O “Projeto Página”que estamos iniciando, junto com a estrutura dos Cadernos de Educação Nacional, tem como objetivo informar de maneira permanente o estudante do Centro Socioeconômico (CSE), mas é, igualmente, aberto a todos os universitários (professores, alunos e técnicos) nas distintas áreas de conhecimento. Contudo, a Página estará focada em alguns temas que são relevantes socialmente e fazem parte da formação de nosso estudante. Por isso, temas de economia, política, relações internacionais, administração publica e privada, contadoria, etc, constituem o núcleo duro desta iniciativa. O tratamento que daremos a notícia será, obviamente, crítico. A Página emitirá um editorial semanal sobre temas distintos para o qual serão convidados vários professores da universidade brasileira e, sempre que necessário, do mundo.
A informação permanente em tempo real e via eletrônica permitirá ao estudante o acesso a uma informação que atualmente implica em dispêndio financeiro (nem todas são disponibilizadas publicamente de maneira gratuita) e também tempo livre que nem sempre pode dispor, especialmente quando se trata de um estudante de perfil socioeconômico com origem popular.
O Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA) já possui um projeto sobre a educação (Cadernos de Educação Nacional) com resultados extraordinários que ganha relevância a cada dia e tem se tornado fonte de informação diária para todos aqueles que traçam a política educacional e tantos outros que se dedicam à pesquisa sobre o tema. A infraestrutura já esta montada e vai abrigar o projeto que agora tornamos público.
Na medida em que a experiência for avançando e se consolidando, novas áreas e novos temas poderão ser incorporados, sempre de acordo com a capacidade de trabalho da equipe que deverá contar – a exemplo da experiência exitosa dos Cadernos – com um grupo pequeno de bolsista-permanência com os quais temos conquistados excelentes resultados em outros projetos.
O IELA participa com a sala, os computadores e assume a gestão permanente do projeto. Além disso, participam da equipe editorial a jornalista Elaine Tavares, os professores Lauro Mattei, Waldir J. Rampinelli e Beatriz Paiva, e o estudante de Jornalismo Rubens Lopes.
A metodologia utilizada será aquela em curso nos Cadernos de Educação Nacional e contará com ajustes realizados pela equipe editorial. Na etapa inicial, os temas dominantes serão de economia, relações internacionais, administração e contábeis e a questão social brasileira. Trata-se, portanto, de uma fonte de informação que focaliza essencialmente informação sobre os cursos situados no Centro Socioeconômico e para o qual já contamos com ampla experiência.
A presença de profissionais e estudantes do jornalismo no projeto é decisiva, pois a seleção das fontes será o diferencial do projeto PÁGINA. Neste aspecto, ao contrário do jornalismo dominante, ele não se caracteriza pela pluralidade, mas por sua orientação crítica. O pluralismo no tratamento jornalístico já existe e, de fato, é o mito que sustenta a orientação editorial de qualquer meio de comunicação. Não obstante, é muito comum inclusive para o leitor desavisado observar que distintos meios de comunicação destinam o mesmo tratamento para um mesmo tema ou assunto, embora todos se orientem pela “liberdade de imprensa”. Assim, é muito comum ouvir sobre a elevação das taxas de juros, sobre a orientação da política externa ou sobre as causas que levaram a quebra de uma grande empresa o mesmo tratamento jornalístico. As causas e as consequências da notícia, enfim, o tratamento jornalístico reservado ao tema, indica que somente muito raramente um tema é submetido à orientação crítica.
Este projeto incluirá também uma seleção criteriosa sobre as fontes de audiovisual. É comum encontrarmos uma quantidade imensa de entrevistas com especialistas, políticos, empresários, etc, sobre questões econômicas – a crise recente, por exemplo – que estão dispersas e que podem representar, quando orientadas pela seleção crítica, um excelente roteiro sobre sua origem, desenvolvimento e consequências que devem ser utilizados pelos universitários para complementar o estudo sistemático. Desta forma, todos os temas de conjuntura serão tratados a partir de uma perspectiva estruturalista que tem obtido excelentes resultados em várias áreas de conhecimento. Informação sobre eventos e história, neste sentido, se complementa de maneira a oferecer aos estudiosos sobre os temas selecionados uma perspectiva ampla e crítica.
Na fase inicial de implantação da PÁGINA, focalizaremos o debate sobre quatro grandes temas.
O primeiro é o tema da economia. Aqui não nos limitaremos à análise da política econômica, pois esta é dominante na imprensa. Os temas de economia focalizaram, a partir do debate nacional, uma perspectiva latino-americana e mundial. O conceito que organiza esta informação é, portanto, o conceito de economia mundial. Várias áreas nos interessam neste primeiro momento, com especial atenção para os setores que exigem desenvolvimento tecnológico (tão desprestigiado pela mídia), o controle sobre matérias primas estratégicas, o grau de monopolização, a posição no mercado mundial, a associação com capital estrangeiro, etc.
O segundo tema é a questão social. O Brasil é marcado por imensa desigualdade social, racial e espacial. O critério que orienta a seleção da notícia é as consequências sociais do progresso econômico e as políticas destinadas a minorar este impacto. Temas como o da distribuição da renda, a qualidade e alcance da política social, etc., serão dominantes.
O terceiro tema refere-se ao mundo empresarial. A orientação crítica neste contexto implica em observar tanto a crise quanto a acumulação desde uma perspectiva totalizante, excluindo, desta maneira, o caráter apologético da “informação” que o mundo empresarial recebe das grandes empresas de comunicação. O que nos interessa neste contexto é informação técnica a respeito das empresas, sua opções, a posição em relação à política econômica do governo, o processo de fusão e aquisição, a posição no mercado mundial, o volume exportado, o número de trabalhadores, o lucro anual, o volume de vendas, etc….
O quarto tema refere-se a política externa brasileira e sua relação com a economia. Este tema pretende observar o fundamento econômico da política externa brasileira, especialmente em relação à América Latina. Da mesma forma, a política externa brasileira será analisada a partir da posição do Brasil em iniciativas mundiais e sua articulação com o mundo empresarial nacional.
Estes quatro temas constituem a primeira fase de implementação da PÁGINA. É fácil observar que temas que podem ser considerados relevantes estarão “embutidos” nas quatro áreas iniciais e, na medida em que nossas fontes permitirem e o público exigir, daremos o devido destaque para, com a maior brevidade possível, elegê-la como um novo tema com tratamento específico.
Da mesma forma, na medida em que lograrmos o acesso gratuito a outras fontes de informação (jornais de outros países e arquivos gratuitos de organismos públicos e privados internacionais) é nossa intenção superar o marco nacional da análise e informação que orienta a primeira fase do projeto.
Em linhas gerais, este é o sentido do Projeto PÁGINA, primeira fonte de informação destinada aos estudantes de graduação e pós-graduação de nosso Centro. Em função da originalidade, alcance e importância pedagógica que representa, estamos convencidos que o IELA está organizando mais um projeto exitoso para o qual destinaremos toda a energia e atenção necessária.
Texto: IELA
Texto: Davi Antunes da Luz
Texto: Marlene Vázquez Pérez / Cubadebate
Texto: IELA
Texto: IELA