Início|REDE|Primeiro Encontro Nacional do REBELA

Primeiro Encontro Nacional do REBELA

-

Por IELA em 27 de outubro de 2009

Primeiro Encontro Nacional do REBELA 27.10.2009 – Foram dois dias de intensa atividade intelectual, nos quais a América Latina esteve em foco. Mas, não simplesmente como um espaço geográfico sobre o qual se produz o conhecimento acadêmico com pretensões de neutralidade. A proposta do IELA foi de pensar a América Latina desde um instrumental teórico-metodológico muito específico, fincado na crítica ao eurocentrismo, na teoria da dependência e na constituição de um pensamento próprio. Participaram pesquisadores de vários estados brasileiros que trouxeram sua contribuição no campo da economia, da história, do serviço social, do esporte e da administração. O presidente do IELA, Nildo Ouriques, abriu o encontro falando sobre como surgiu a idéia da criação da rede nacional, lembrando que o continente latino-americano está numa nova fase e por conta disso precisa de intelectuais atentos e criativos. “A América Latina já saiu da fase de resistência e caminha na construção do novo, do radicalmente novo. Isso implica que também precisamos de um intelectual de novo tipo, não mais esse, acadêmico, que pratica a simulação intelectual. Igualmente não pretendemos cultivar aqui a idéia de falar do espaço da marginalidade, mas sim desde esta nova situação política, criando um espaço crítico dentro das universidades, falando para grandes maiorias”. Os trabalhos de pesquisa em andamento na REBELA apresentaram os temas mais variados, mas todos eles dentro da lógica do pensamento crítico. Os pesquisadores tiveram 30 minutos para expor os projetos ou avanços na investigação e logo depois receberam a contribuição dos demais participantes, que analisaram os conceitos, as propostas metodológicas e aportaram novos saberes e bibliografias. Os estudos em pauta Pedro Henrique, da Universidade Federal de Uberlândia, trouxe a proposta de estudo sobre globalização e dependência, entendendo a globalização como um mito e apresentando o que chama de instalação de uma quarta forma de dependência, agora através do das políticas neoliberais. Marisa Amaral, da USP, trouxe a discussão do poder do capital fictício e a dependência como uma nova fase histórica. Pedro Barros, do IPEA, apresentou seu estudo sobre a Venezuela e a política que desenvolve com o petróleo. Mathias Luce, da UFRGS, discutiu a teoria do subimperialismo na obra de Ruy Mauro Marini. Fernando Correa Prado, da UFSC, trouxe o trabalho sobre novos pensares acerca da idéia de desenvolvimento. Rodrigo Castelo Branco, da UFRJ, também discutiu o novo-desenvolvimentismo. Marcelo Carcanholo, da UFF, discutiu como o capitalismo contemporâneo aprofunda a dependência em função do capital fictício. Lauro Mattei, da UFSC, apresentou seu trabalho que propõe alterar a metodologia da medição da pobreza. Liliam Borges, da UNIOESTE, apresentou a proposta de discussão dos conceitos de equidade e produtividade. Beatriz Paiva, da UFSC mostrou um estudo comparativo entre Brasil e Chile no que diz respeito a políticas sociais. Maria Ceci Misoczki, da UFRGS, mostrou como o debate sobre as estruturas organizacionais pode ser apropriado pelos movimentos sociais. Luis Vieira, da UFPE, apresentou sua pesquisa acerca dos limites da democracia liberal. Nilson Ouriques, da UNOESC, discutiu o papel do esporte no mundo capitalista e Elaine Tavares, da UFSC, apresentou seu trabalho de pesquisa com os povos originários. Participaram ainda os grupos de leitura e discussão do Observatório Latino-Americano, apresentando sua metodologia de trabalho e informando sobre os mini-cursos que tem realizado por todo o país.  As propostas de continuidade Ao final do encontro os pesquisadores ligados ao REBELA decidiram que será necessário estimular a criação de novos e sólidos grupos de investigação sobre a América Latina em todos os espaços onde for possível para que a rede sirva como um pólo de divulgação do pensamento crítico. Além disso, definiram pela criação de um sítio específico da REBELA e de uma revista que será coordenada pelo grupo do curso de Administração da UFRGS, coordenado pela professora Maria Ceci. A proposta é de que os trabalhos da rede possam sair do espaço confinado da academia e se espalhar pelos sindicatos, partidos e movimentos sociais, sendo ao mesmo tempo produção de conhecimento e arma de luta.   Decidiu-se ainda que a presidência da rede será rotativa e organizadora do próximo encontro. Assim, a partir de agora assume a presidência o grupo de Porto Alegre, sob a coordenação de Maria Ceci Misoczki. Desta forma, a próxima reunião da REBELA acontecerá em Porto Alegre, em 2010, possivelmente no mês de novembro.
 

Últimas Notícias