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IELA entra no sexto ano, com novidades

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Por IELA em 08 de setembro de 2009

Já vai longe aquele junho de 2004 quando surgiu o projeto do Observatório Latino-Americano, ancorado no desejo de apenas quatro pessoas. O que era só um modesto trabalho de pesquisa foi crescendo, envolvendo outros docentes da UFSC e também de outras universidades. A idéia de centrar o foco nos estudos latino-americanos tomou corpo e em 2006 foi necessário ampliar ainda mais a atuação do então OLA. Foi aí que nasceu o IELA, o Instituto de Estudos Latino-Americanos, no dia 19 de agosto, envolvendo pesquisadores de seis Centros de Ensino da UFSC, mais o Colégio de Aplicação.
 
Durante todos estes anos, o OLA e depois o IELA realizaram cinco grandes jornadas de estudos e debates, configuradas nas Jornadas Bolivarianas, discutindo temas como a Venezuela, as Ciências Sociais, o Pensamento Crítico, o Nacionalismo e a Política dos Estados Unidos para a América Latina. Mas, para além deste que é o grande evento anual do Instituto também foram realizados mini-cursos, conferências, seminários, trazendo para a universidade a realidade da América Latina, espaço geográfico sempre tão distante das preocupações acadêmicas no Brasil.
 
E, ao mesmo tempo em que oferecia todo esse conhecimento para a comunidade externa, o IELA foi fortalecendo seus projetos de pesquisa que também começaram a crescer. As transformações do capitalismo, estudos comparativos sobre políticas públicas e modelos de proteção social, recuperação da história dos povos originários, esporte e saúde, ciência e tecnologia, pluralismo jurídico, história da América Latina, Córdoba, e muito mais. A este arcabouço de temas foram se somando universidades do Paraná, do Rio Grande do Sul, da Paraíba, de Pernambuco, Espírito Santo, São Paulo e Minas Gerais. Por conta disso, o IELA percebeu que já era mais do que hora de constituir uma rede que articulasse todos estes pesquisadores.
 
Foi assim que nasceu a REBELA (Rede Brasileira de Estudos Latino-Americanos) que realizará seu primeiro encontro nacional este ano, em Florianópolis, no mês de outubro. A proposta é socializar o conhecimento que vem sendo criado ao longo destes anos, compartilhar conceitos, autores e reforçar os pilares teórico-metodológicos que regem os estudos no IELA: pensamento próprio, anti-colonialismo e anti-capitalismo.
 
Ainda nesta mesma trilha foram firmados convênios com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – que inclusive ofereceu uma bolsa de trabalho ao IELA, assumida pelo economista Fernando Prado Correa – e com outras universidades da América Latina, na Colômbia, no Equador, no México e na Venezuela.
 
Outro trabalho de fôlego iniciado pelo IELA em 2008 e que deve ser lançado ainda este ano é o Anuário Educativo Brasileiro, implantado e desenvolvido pela professora Guadelupe Terezinha Bertussi, da Universidade Pedagógica Nacional, do México. Guadelupe é a criadora da idéia da investigação sistemática sobre a educação nos jornais mexicanos que, depois, torna-se um anuário, com a análise de pesquisadores consagrados no campo educacional. Este projeto já está no sexto ano lá no México e, generosamente, durante seu ano sabático, Guadelupe Bertussi esteve em Florianópolis para trabalhar na implantação do projeto no Brasil, que ficará sob os cuidados do IELA. Durante um ano inteiro, a professora Guadelupe ensinou a metodologia, criou equipe de trabalho, capacitou bolsistas e tornou possível mais este projeto que deverá seguir seu curso nos próximos anos, oferecendo análises de qualidade sobre educação e pautando o tema na perspectiva crítica.
 
Agora, entendendo as relações viscerais que a América Latina mantém com a África – uma vez que mais de 40 milhões de homens e mulheres foram arrancados daquele continente para servirem de escravos no chamado “novo mundo” – o IELA incursiona também por esta temática, buscando compreender a relação entre os dois continentes e as possibilidades de descobertas para o enfrentamento de seus problemas comuns, a saber o subdesenvolvimento e a super-exploração. Assim, realizou, em parceria com o Núcleo de Estudantes Africanos e Afro-descendentes da UFSC um primeiro seminário sobre a África, que promete alavancar novas pesquisas nesse campo.
 
Assim, com todos estes desafios pela frente, o Instituto de Estudos Latino-Americanos já não podia mais ficar premido em uma pequena sala no Centro Sócio-Econômico. Por conta disso, e valendo-se da firme determinação da Chefe do Departamento do Serviço Social e pesquisadora no IELA, Beatriz Paiva, que foi à Brasília e batalhou por verba, o IELA agora terá novo espaço de trabalho, ainda no CSE. “Ainda não é o suficiente, se considerarmos o tamanho do IELA, mas é um avanço. E nós seguiremos batalhando para concretizar a idéia da construção da sede própria, que terá muito mais espaço para os pesquisadores, além de áreas de exposição, teatro e auditório. Tudo já está projetado e em breve também será realidade”, diz o presidente do Instituto, professor Nildo Ouriques.
 
Enquanto isso, o IELA acompanha o início das obras dos três novos espaços do CSE, que devem começar ainda em setembro, segundo o diretor do ETUSC. Um dele, com 70 metros quadrados será do IELA, o que vai permitir um atendimento muito melhor aos pesquisadores e à comunidade.  
 
Ao iniciar, agora em setembro, o sexto ano de existência do OLA/IELA, é visível o processo de crescimento e de qualidade nos estudos de América Latina. Ganharam os pesquisadores e estudantes que puderam encontrar um espaço coletivo de discussão e ganhou também a sociedade que hoje tem à disposição um dos mais importantes portais de informação e formação sobre a América Latina.
 
www.iela.ufsc.br
 
 

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