Celia: bússola na tempestade e patamar para o futuro
Texto: Anaisis Hidalgo Rodríguez - Cuba
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Tirar as tropas do Haiti
Por Adital – Agência de Notícias Frei Tito para a América Latina
23/02/2009 – No último dia 22, a organização Batay Ouvriye*, que agrupa sindicatos de fábricas e associação de trabalhadores, retomou as mobilizações nas cidades haitianas no norte do país na tentativa de chamar a atenção para os problemas que afetam a população. Desde novembro de 2007, os preços de alguns alimentos básicos triplicaram, intensificando a fome em todo o país.
Os hatianos também denunciam a violência das tropas da Organização das Nações Unidas que integram a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah – sigla em francês), criada em 30 de abril de 2004. Em novembro do ano passado, a ONU teve de repatriar 108 soldados do Sri Lanka culpados de abuso sexual e violações a mulheres e crianças em várias regiões do Haiti. O orçamento anual da missão chega a 535 milhões de dólares, 9% do PIB do país. O número de mortes provocadas por suas operações ainda é incerto.
Além da fome e da violência, outras mazelas estão enraizadas na sociedade haitiana. Os movimentos populares culpam o sistema de exploração imposto pela elite do país, que segue os ditames da Organização Mundial do Comércio, a qual não aceita que modifiquem os preços das mercadorias importadas. O desemprego atinge cerca de 80% da população, e os que trabalham mal se sustentam com o salário mínimo que recebem.
A organização Batay Ouvriye denunciou que a proposta de salário mínimo feita pelo governo ‘fantoche” de René Préval, de 3,95 dólares diários, era inaceitável e que nenhum trabalhador podia viver com menos de 12 dólares diários (o próprio governo reconhecia que, segundo seus cálculos, o mínimo que necessitava um trabalhador eram 8 dólares). Segundo o Secretariado Internacional, da Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional, estima-se que 80% dos haitianos recebem menos que 2 dólares por dia.
A LIT-QI informou que, ao longo de vários dias de protesto, a repressão já deixou um saldo de, pelo menos, cinco mortos e dezenas de feridos: “A LIT-CI repudia esta feroz repressão e expressa sua completa solidariedade com o povo haitiano. Ao mesmo tempo, expressa que esses fatos desnudam nitidamente o verdadeiro papel da força de ocupação a serviço do imperialismo que cumpre a Minustah no Haiti”. A organização acredita que o real objetivo da missão é ser o “braço armado” de um plano pró-imperialista para oprimir e explorar ainda mais o povo haitiano e reprimi-lo violentamente caso proteste contra esta situação.
*A Batay Ouvriye é uma das organizações que convocam o Encontro Latino-americano e Caribenho (ELAC), que ocorrerá em julho, em Betim (MG), após o primeiro congresso da Conlutas.
Deputado pernambucano denuncia Forças Armadas brasileiras no Haiti
O deputado federal pelo estado de Pernambuco, Fernando Ferro (PT), denunciou, em Plenária do Congresso, que as Forças Armadas Brasileiras estão sendo acusadas de terem executado uma família, a mãe e 2 filhos, numa incursão a uma favela de Porto Príncipe (Haiti).
O Brasil lidera a Missão de Estabilização das Nações Unidas para o Haiti (Minustah, sigla em francês), que é acusada de inúmeras violações aos direitos humanos dos moradores do país.
Segundo o deputado, a denuncia lhe foi feita por um advogado do Haiti, que é exilado nos Estados Unidos, durante um encontro continental, realizado no México. Ferro disse estar “extremamente preocupado” e que vai encaminhar a denuncia ao Itamaraty para saber da sua consistência.
“Sabemos que ali há um confronto instalado, com gangues, e que, infelizmente, muitas vezes, pessoas inocentes são vitimadas. Mas não se justifica a morte de uma mãe e 2 crianças nas condições que foram denunciadas”, disse Ferro. E acrescentou que o bloqueio enfrentado pelo Haiti “é político, ideológico, econômico, e suas conseqüências aí estão instaladas”.
Para o deputado, não adianta força de estabilização se não houver uma recuperação econômica do país, se ele não tiver capacidade de se desenvolver e dar à população condições de cidadania.
Texto: Anaisis Hidalgo Rodríguez - Cuba
Texto: IELA
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Texto: João Gaspar/ IELA
Texto: Elaine Tavares