Vagas para estagiários no IELA
Texto: IELA
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João Carlos Teixeira Gomes e Gilberto Felisberto Vasconcellos
O trabalhismo getulista insere-se no campo cultural e artístico de 1954 a 1964. O Cinema Novo nasce por essa época entre Salvador e Rio de Janeiro.
O biógrafo João Carlos Teixeira Gomes informou: o dia em que Getúlio Vargas suicidou-se, Glauber Rocha aos 15 anos o pranteou na praça da Sé em Salvador.
Dentre todos os cineastas brasileiros Glauber Rocha é o mais getuliano. Declarou: “sou janguista”. Jango era o filho espiritual de Getúlio. Jango Uma Tragédia é o nome de sua peça de teatro. Em Jangarana, alusivo ao Sagarana de João Guimarães Rosa (o paralelo boiadeiro Rosa e fazendeiro Jango), Glauber Rocha ficou injuriado com os ataques vindos de todos os lados contra o ex-presidente. Identificando-se com ele: Jango c’est moi!
Terra em Transe (1967), a queda de João Goulart é o ponto de partida para se refletir sobre as contradições entre a civilização e a natureza. A natureza dos trópicos já estava em seu primeiro filme
Pátio rodado em Salvador. Irá ressurgir em A Idade da Terra, no qual um samba cantado por Jamelão enaltece a figura do doutor Getúlio.
O golpe imperialista de 1964 foi antiecológico. A nação afastou-se do sol dos trópicos. A história separou-se da geografia. Em seu filme Cabeças Cortadas o Brasil é gestado em uma sociedade de senhores e de escravos; mais tarde esses senhores se aliam à cobiça imperialista com os lacaios Juarez Távora, Eugenio Gudin, Roberto Campos e Magalhães Pinto.
A briga cinematográfica de Glauber Rocha com o censor Carlos Lacerda prenuncia o golpe de 64. A censura de Carlos Lacerda ao filme Deus e o Diabo na Terra do Sol é o reflexo cultural pró-EUA da UDN. Carlos Lacerda, o inimigo da Petrobras, é representado pelo mercenário Antônio das Mortes no filme O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, ainda que para isso não seja relevante estipendiar o quanto o ex-governador da Guanabara levou de propina da Standard Oil.
Glauber Rocha focalizou o desencontro entre getulistas e marxistas em 1954. O povo queria incendiar simultaneamente os jornais O Globo de Roberto Marinho e A Classe Operária do partido comunista. Há inegável nexo entre a comunicação de massa e a história política, não só pelo lado da direita (Carlos Lacerda) como pelo o da esquerda chamando Samuel Weiner “rooseveltiano”.
Entrevistada em 2005, Denise Goulart, filha do ex-presidente, conta que durante o exílio no Uruguai o general Assis Brasil, que era o encarregado militar de manter o governo, fez uma visita a João Goulart e acabou sendo esbofeteado por dona Maria Tereza Goulart. Bem feito!
O MDB, depois PMDB do doutor Ulysses, queria que João Goulart e Leonel Brizola morressem no exílio.
De todos os exilados em 1964 Jango foi o único que não conseguiu voltar. O potiguar Djalma Maranhão também não voltou, morreu de saudade no exílio em Montevidéu.
Denise Goulart evoca, pouco antes da morte de seu pai, o dia da reconciliação com Leonel Brizola.
Certa feita eu ouvi em Montevidéu que Jango teria chegado inesperadamente na casa de Leonel Brizola convidado por sua esposa Neusa Goulart. Ao perceber o lance, Brizola imediatamente trancou-se dentro do quanto que nem um menino mimado. Não queria fazer as pazes de jeito nenhum com o cunhado.
Dona Neusa: – Leonel, o Janguinho está aqui!
Depois de alguns minutos saiu Leonel feito louco do quarto abraçando e beijando Jango aos prantos. Pareciam dois namoradinhos, assim é que se reconciliavam os velhos gaúchos.
Texto: IELA
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