Fascismo Gestual, Luta de Classes
Texto: Gilberto Felisberto Vasconcellos
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Do judiciário pouco se pode esperar. Depois de a Colômbia inteira festejar a responsabilização de Álvaro Uribe por fraude processual e suborno em atuação penal num caso de manipulação de testemunhas, tendo sido condenado a cumprir 12 anos de prisão, o Tribunal de Bogotá acabou apontando que a decisão da juíza Sandra Heredia violava os direitos do ex-presidente. Com base nisso revogou a prisão até que o mesmo tribunal mantenha ou não a condenação. Dentre os argumentos da sala de Decisão Penal para suspender a prisão está o que eles chamam de “bom comportamento” de Uribe e a “sua presença voluntária” em todas as citações judiciais. Com base nisso o tribunal decidiu que não havia necessidade de privação de sua liberdade.
A juíza Sandra Heredia, que deu a sentença dos 12 anos, deferiu por prisão domiciliar. Não era nem estar no cárcere. E ainda assim, agora foi revogada. Uribe passou apenas 19 dias no conforto de sua casa e ainda que estivesse em prisão domiciliar, manteve reuniões, contatos políticos bem como esteve ativo nas redes sociais.
Agora os três magistrados que compõe a sala do Tribunal de Bogotá têm até o dia 15 de outubro para decidir em segunda instância se mantém a condenação ou se arquiva o processo.
Os colombianos se dividem com relação a decisão e muitos deles exigem o mesmo peso dos tribunais no caso de uma conhecida criadora de conteúdos da internet, Daneide Barrera (Epa Colômbia), que está presa e correndo risco de vida. Ela foi condenada a cumprir cinco anos em regime fechado por ter filmado a si mesma, desferindo marteladas, durante um Paro Nacional, em alguns espaços das instalações de uma estação de metrô. Até mesmo o presidente Gustavo Petro já se manifestou declarando que a pena foi desproporcional.
Isso ilustra bem como o judiciário atua. Uribe, conhecido por suas ligações com o narcotráfico, milícias, paramilitares e outros quetais seguirá em liberdade.
Texto: Gilberto Felisberto Vasconcellos
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