Memória – A Venezuela pós-referendo (2007)
Texto: IELA
Aguarde, carregando...
Bautista com Brizola – um Brasil brasileiro
Um meu amigo leu aqui o pau que eu dei na AEPET (Associação dos Engenheiros da Petrobras) por não se interessar em preservar o legado de Bautista Vidal na área da energia e tecnologia. Eis a pergunta do amigo meu: – Por que afinal a AEPET deveria fazê-lo?
É que Bautista Vidal foi um grande engenheiro que defendeu a engenharia nacional vinculada à Petrobras como empresa de energia. Elogiou várias vezes o nacionalismo da AEPET, e talvez ingenuamente falava de seus amigos que tinham admiração pela sua reflexão sobre o trópico de que resultou o Proálcool.
Por não querer sentir pejo, furto-me em citar os nomes dos amigos que lhe devem as calças, e que não seriam absolutamente nada sem os seus ensinamentos. Esses amigos, alguns figurões integrantes da diretoria da AEPET, parece que depois de Bautista Vidal morto desprezaram o que ele fez e escreveu vivo em defesa da Petrobras. Esse desprezo não é inocente do ponto de vista científico e político. O poder mundial, expressão com a qual ele designava o imperialismo, dissocia o nome de Bautista Vidal da Petrobras, cuja importância não é menor do que a de Getúlio Vargas, Horta Barbosa e Gondim da Fonseca.
Eu suponho que os engenheiros da AEPET, não todos evidentemente, querem elidir o fato de que a Petrobras foi inimiga do Proálcool. Bautista Vidal acusou isso várias vezes, mostrando os inimigos endógenos encrustados na Petrobras por insciência ou por serem porta-vozes do imperialismo.
Dito e feito.
O álcool combustível somente seria valorizado quando o capital fóssil estrangeiro tomasse conta inteiramente da Petrobras desnacionalizada. A Raízen, multinacional do álcool, não é um espectro imperialista que surgiu de um dia para o outro. A Raízen tem sido assoprada pela Standard Oil do doutor Rockfeller. A atual direção da AEPET, imersa na alienação energética, faz vista grossa diante da Raízen; não é senão por isso que o legado antimperialista de Bautista Vidal deve ser deixado à mingua.
Querem os burocratas e entreguistas tapear a história trágica de Bautista Vidal por ter ele sido pioneiro da transição energética. A verdade é que a Petrobrás, viciada no petróleo, foi hostil ao Proálcool. Os diretores e engenheiros da AEPET não atinaram à concepção totalizante da energia e de seu condicionamento geográfico.
Texto: Elaine Tavares
Texto: IELA
Texto: Davi Antunes da Luz
Texto: Elaine Tavares