Nobel da Paz para Maria Corina
Texto: Elaine Tavares
Aguarde, carregando...
Os candidatos à vice Lara e Velasco – EFE
A Bolívia já está na reta final para a o segundo turno das eleições presidenciais que acontece no dia 19 de outubro. E, depois de duas décadas sob o comando progressista, disputam o cargo dois candidatos de direita: o democrata cristão Rodrigo Paz, que até agora era senador da República e é filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, e o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga, do Alianza Libre.
São figuras bastante conhecidas também os candidatos à vice. O que faz dobradinha com Rodrigo Paz é Edmand Lara, um ex-capitão da polícia que angariou muitos seguidores nas redes sociais por conta de suas denúncias de supostos casos de corrupção no âmbito da polícia. Chegou a ser preso por isso e ficou conhecido como o “capitão justiceiro”.
O candidato à vice de Tuto Quiroga é Juan Pablo Velasco, um jovem empresário de Santa Cruz, que atua na área da tecnologia.
No último domingo o país assistiu a um debate entre os dois candidatos à vice, promovido pelo Tribunal Superior Eleitoral. O vice de Paz, Lara, deixou claro que sendo eleitos vão mexer na organização da Assembleia Plurinacional, uma das grandes conquistas do povo boliviano nos últimos governos. No campo da economia salientou que a proposta é estabilizar o dólar.
Velasco também prometeu dar estabilidade ao dólar e tal como Lara, apontou mudanças na Assembleia Plurinacional, embora nem um nem outro tenham definido que mudanças seriam. Apenas um vago “tornar transparente”. Mas o debate teve seus momentos. Lara mostrou comentários racistas publicados por Velasco anos atrás, gerando desconforto. Na sua conta do twitter escreveu que era preciso matar aos collas, todos. Ele não desmentiu e sequer pediu desculpas. E ainda teve de engolir a denúncia de que se beneficiou financeiramente quando o Banco Fassil quebrou. Velasco também não respondeu sobre isso.
Os analistas da imprensa boliviana comentaram o encontro entre os dois vices qualificando de um “insulto à inteligência”, visto que os candidatos só mostraram pobreza de linguagem e de ideias, sem apresentar qualquer proposta concreta sobre os temas que verdadeiramente interessam aos bolivianos.
No domingo que vem o debate será entre os candidatos presidenciais e espera-se que aí se discutam propostas.
No dia 19, mais de sete milhões de bolivianos estarão aptos para decidir quem vai dirigir o país pelos próximos cinco anos. Pelo andar da carruagem, a considerar o debate e as declarações dos candidatos, a onda racista, anti-indígena, certamente vai crescer. A considerar o protagonismo que a população indígena teve ao longo dos 20 anos de governo do MAS é certo de que muitos serão os embates com o novo governo, seja ele qual for.
Texto: Elaine Tavares
Texto: IELA
Texto: Miriam Santini de Abreu - jornalista, mestre em Geografia e doutora em Jornalismo
Texto: Elaine Tavares