Programa Pensamento Crítico – Trump, Imperialismo e América Latina (E161)
Texto: IELA
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Essa não é uma notícia nova. Os militares estadunidenses que prestam serviço nas nove bases militares existentes na Colômbia gozam de imunidade total no que diz respeito às leis do país. Isso significa que podem cometer qualquer crime em terras colombianas que não serão julgados pelas leis locais. Uma menina de 12 anos, moradora das proximidades de uma dessas bases, descobriu isso da maneira mais dolorosa: foi violentada sexualmente por dois soldados estadunidenses e, ao acusá-los, exigindo justiça, ficou sabendo que eles não podiam ser julgados na Colômbia. O caso foi levado aos tribunais dos Estados Unidos mas, passados oito anos, os dois seguem sem qualquer punição, visto que sequer foram julgados.
Esse é só um entre os sistemáticos casos de violação de menores que foram registrados pela Comissão Histórica integrada pelo governo colombiano e pelas FARCs. Até o momento, pelo menos 54 casos já foram relatados e comprovados.
No sítio RT Notícias são relatadas várias histórias como a de Olga Lucía Castillo Campos, que vem juntando documentos há oito anos buscando provar que sua filha foi violentada quando tinha apenas 12 anos de idade, dentro da Base Militar de Tolemaida, onde ficam os soldados estadunidenses. Segundo ela, o sargento Michael Coen e o empregado da base César Ruiz, drogaram e abusaram da menina. Esse caso específico aconteceu em agosto de 2007, na localidade de Melgar, próxima a capital. “Violaram minha filha dentro da base militar”, diz Olga. A garota está em tratamento psicológico há oito anos, desde os fatos, e várias vezes, ao longo desse tempo em que espera por justiça, tentou tirar a própria vida.
A garota e a mãe, que denunciaram o caso às autoridades colombianas ainda são cotidianamente ameaçadas e perseguidas. Ainda segundo o relato no sítio RT, elas já mudaram de cidade três vezes por conta de tudo isso. Sentem que toda sua vida foi roubada, pois antes do abuso e da consequente denúncia, elas viviam tranquilas no lugar. Agora sentem medo, e sobretudo, vergonha. O dramático é que os dois soldados que perpetraram o crime, por gozarem de completa imunidade jamais foram processados, e tampouco o governo colombiano deu a assistência devida ao caso.
Declarações de Renán Vega Cantor, membro da Comissão Histórica do Conflito Colombiano, que agora atua nas tratativas de paz, já foi entregue ao governo colombiano um informe com esse caso e outros registrados na mesma Base de Tolemaida. No total, já são 54 casos ocorridos entre 2003 e 2007, e alguns deles chegaram ao requinte da perversidade, sendo filmados e comercializados como vídeos pornográficos.
Ao registrar esse informe, a Comissão quer uma posição por parte do governo, não apenas na punição dos casos já comprovados, mas também pelo fim da imunidade aos soldados estadunidenses em solo colombiano. Caso venham a cometer crimes na Colômbia é ali que devem ser julgados.
Com informações de : www.actualidad.rt.com/sociedad/180714-sufrimiento-colombia-soldados-eeuu-violar
Texto: Rafael Cuevas Molina
Texto: Elaine Tavares