Cristina Kirchner sofre ataque

Foto sacada de um vídeo feito na hora do atentado

A cena é brutal. Cristina Kirchner sai do carro e caminha em direção à entrada de sua casa, acenando para as pessoas que estavam por ali, em apoio à vice-presidente que sofre um processo. De repente, bem diante do seu rosto, um revólver. A mão dispara a arma, sem hesitação. Cristina se protege instintivamente, com as mãos. O tiro falha. Correria e comoção. 
O autor do disparo é Fernando Sabag Montiel, e ele foi detido logo depois de atirar. O que parece ter acontecido é que o atirador estava nervoso, tremendo, e por isso acabou não apertando direito o gatilho. A arma estava carregada com cinco tiros, mas a bala não entrou na câmera, o que acabou salvando a vida de Cristina. 
O que os jornais argentinos levantaram sobre Fernando é que ele é brasileiro de mãe argentina e vive no país desde 1993. As emissoras de televisão recuperaram um vídeo em que ele faz um duro discurso contra as políticas sociais do governo. Também descobriram que ele já tem um histórico de violência contra mulheres e animais, que já foi detido por portar arma imprópria (um facão de grande tamanho) e que tem três endereços diferentes registrados. A primeira hipótese é de que o foi um crime de ódio, mas há também outra linha de investigação que aponta a possibilidade de ser um assassino de aluguel do narcotráfico. Tudo ainda é especulação. 
O presidente Alberto Fernández da Argentina falou a nação logo depois do atentado dizendo que este foi um acontecimento dos mais graves desde que recuperaram a democracia e decretou feriado para o dia de hoje. Também as partidas de futebol foram suspensas e os apoiadores de Cristina estão preparando uma marcha até a Praça de Maio. 
A investigação do caso está agora nas mãos da juíza federal María Eugenia Capuchetti que já organizou uma equipe de trabalho para vasculhar celulares, domicílios e a ficha criminal do brasileiro tanto na Argentina quanto no Brasil. Fernando tem registro como motorista de transporte urbano não regular e trabalha dirigindo uma Kombi. 
A hipótese de ele ser um assassino de aluguel do narcotráfico apareceu pelo estilo do atentado já que é marca disparar diretamente na cabeça, mas seu histórico de violência cotidiana também leva à suspeita de crime de ódio, típica desde momento em que a direita reacionária cresce em toda América Latina. As manifestações organizadas pelos seus opositores têm sido marcadas por discursos bastante violentos e estes grupos têm seguido a vice-presidente inclusive na porta de sua casa. Justamente por isso que seus apoiadores têm ficando pé diante da rua que dá acesso a casa, tentando protegê-la. Agora, a segurança deverá ser redobrada.