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De um Golpe, aparece Honduras

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Por IELA em 12 de novembro de 2009

De um Golpe, aparece Honduras
Por Raul Fitipaldi – jornalista
12.11.2009 – As ditaduras não variam seus métodos: matam educadores, líderes sociais, indígenas, negros, pobres em geral, violam mulheres e crianças, torturam à vontade, encarceram sem processo algum, roubam terras, casas e dinheiro, confiscam as liberdades e inibem a informação. O casamento Micheletti Bain/EUA não muda para nada essa receita. O poder está no Pentágono, o cacete em Honduras. Nos grandes meios de incomunicação da oligarquia, a mentira circula com a benção de cardeais e bispos evangélicos. Até o Diário Oficial é usado como arma contra a população, transformado num rolo de papel higiênico a serviço da delinqüência ditatorial. No entanto, tal vez, a ditadura oligárquica hondurenha e seus patrocinadores externos cometeram um erro, que haverá que medir no futuro: colocar Honduras na rota da independência definitiva através da Soberania Popular. A Terra de Morazán está no mapa.
A Soberania Comunicacional no xadrez da Rotura Constitucional
Um povo é livre se está educado, tem liberdade de escolha e consciência crítica formada para tanto, ou seja, também está informado. Quando essas liberdades são restringidas ou pior, conculcadas, esse povo se torna prisioneiro do garrote, vira uma barata tonta gigante se ajeitando na escuridão. Esse labirinto kafkiano voltou a ser edificado em Honduras, a terceira pior economia da América Latina, onde a morte convive com a sobrevivência especulando com a derrota desta última. Uma ditadura delinqüente está disfarçada de governo, edifica um Estado repressor e satisfaz os interesses mais corruptos de uma dezena de famílias emporcalhadas na fartura do roubo, da exploração e do estelionato. E de um império obsceno que para maior desgraça é um vizinho sanguessuga que se traveste de solução para o parco futuro dos trabalhadores hondurenhos, exportados como mão de obra baratíssima.
Qual o futuro que pode construir o Povo Hondurenho através da sua Resistência?
Dia 29, o eleitor hondurenho deverá praticar o Mandamento No. 11 para o povo catracho: NÃO VOTARÁS! Se o número de abstenções a estas eleições arranjadas, fraudulentas, golpistas, for representativo, a vitória do campo popular identificado com a Resistência Hondurenha terá obtido um aval muito transcendente para encarar de vez uma luta permanente pelas Reformas Estruturais e fugirá de 4 meses de dura manifestação conjuntural contra a conduta ditadura da oligarquia pró-gringa e pela restituição do legítimo presidente Manuel Zelaya Rosales. No horizonte político e social a Assembléia Constituinte e a Ruptura definitiva do Bi-partidismo. Também, é claro, a aproximação da sociedade hondurenha não institucional aos blocos progressistas da América Latina, isolando o governo fraudulento que se eleja em 29 de novembro e tirando legitimidade do Congresso burguês golpista.
Um Exemplo para América Latina
O cadáver fedorento da ALCA passeia ainda como assombração sobre os países em vias de independência plena e definitiva. Está morta a ALCA? Está! Estão bem enterrados seus despojos? Não. Como não estão enterrados os delírios golpistas das oligarquias nem dos ianques, nem está saciada a gula demente das multinacionais e dos ricos nativos, e muito menos ainda, enterrada sua cultura de exclusão, xenofobia, machismo, racismo e iniqüidade. A Alca que Chávez simbolicamente enterrou em Mar del Plata, remexe-se no túmulo e reaparece ataviada de TLC Armado na Colômbia, no Panamá. Na Costa Rica, por razões de extrema delicadeza não coloca armas, mas, sim traficantes de relações internacionais como o elegante funcionário Oscar Arias. Honduras deve estar em todo café-da-manhã dos dirigentes independentistas e progressistas da América Latina, porque não só Paraguai está na agenda do Departamento de Estado e dos Vermes de Miami, todo país pequeno ou médio, se for rebelde ao sistema, é passível de correção por parte do moribundo império.
A Honduras Silenciada FALA, GRITA
Os meios de comunicação foram fechados, destruídos, roubados, cerceados, por resistir. Não foram muitos, mas cresceram no imaginário da população de forma gigante. Rádios com menos de 10 anos de vida, como Rádio Globo Honduras, sofreram uma perseguição intelectual, comercial, que depois de tornou em censura e perseguição física dos seus jornalistas e proprietário. Com um saqueio infame pretenderam fechar esta rádio privada, que não é de esquerda (hoje já não dá para garantir isso com tanta certeza), mas, que por ter apego à verdade e à democracia foi ameaçada, fechada e perseguida, e terminou por transmitir desde um lugar clandestino e só por via da internet. Seus diretores e jornalistas salvaram a vida pulando uma janela pendurados de uma corda. A pressão internacional, mas, sobretudo, a mobilização da Resistência conseguiu que a rádio volte a transmitir e se tenha transformado na emissora com maior ratting de Honduras. Uma derrota enorme para os golpistas e EUA. Outras rádios foram agredidas e censuradas: rádio Progressso, rádio1, e um Canal de TV, Cholusat 36, que sofreu, junto com a Globo, a perseguição mais forte do golpismo. Honduras já fala e grita que quer ser livre e como quer se libertar!
Honduras está no Mapa da Libertação
O ensaio ianque/oligárquico em Honduras a colocou definitivamente na rota dos países em estado de beligerância com o sistema imperialista, com as multinacionais e com a oligarquia local e suas aliadas, tais como a oligarquia venezuelana e o governo de Varito Uribe da Colômbia, de Martinelli do Panamá e de Arias da Costa Rica (ou Pobre, lembrando aos amigos argentinos, chilenos e uruguaios, do saudoso Negro Olmedo). Ações contundentes e permanentes deverão tomar-se, primeiro pelos países da ALBA, e depois pela maioria do Grupo do Rio, a UNASUR, o Banco do Sul e todos os novos mecanismos bi, multilaterais e plurinacionais que estão se instalando nesta nova América Latina para absorver, apoiar, ajudara a resolver e dinamizar a Solução Popular Hondurenha, partindo para a compreensão deste novo momento da Luta de Classes, tal qual já o admitem alguns intelectuais hondurenhos.

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