Operação Águia – Aliança para o Progresso (E 10)
Texto: Camila Feix Vidal - IELA
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Por ANSA
18.01.2010 -O empresário Sebastián Piñera, de 60 anos, membro da conservadora Coalizão pela Mudança, foi eleito neste domingo o 48º presidente do Chile ao obter 51,61% dos votos e derrotar no segundo turno o senador Eduardo Frei, da aliança de centro-esquerda Concertación, que ficou com 48,38% das preferências. Os números têm como base a última parcial divulgada pelo Ministério do Interior, em que são reunidos os votos de 99,2% das 34.325 urnas montadas para o processo de hoje. Cerca de 8,2 milhões de chilenos estavam aptos a sufragar.
O coordenador da campanha de Piñera, Rodrigo Hinzpeter, agradeceu aos eleitores e, em uma mensagem de tom conciliador, expressou respeito aos chilenos que optaram por Frei. “Respeitamos profundamente a opção destas pessoas e precisamos delas. Todos os que votaram em Eduardo Frei serão parte de nosso governo de unidade nacional”, afirmou. “Neste governo há espaço para todos os que querem trabalhar e fazer do Chile um país mais justo e mais alegre. A partir de amanhã, somos todos irmãos chilenos”, ressaltou Hinzpeter.
Reunido com as lideranças de sua campanha em Santiago, Frei já reconheceu a derrota e parabenizou o rival. “A eleição terminou e os resultados deixam em evidência a solidez de nossa democracia. Foi uma eleição limpa e transparente, e a maioria dos chilenos deu seu apoio a Sebastián Piñera”, disse ele, que já havia sido presidente entre 1994 e 2000. Frei também exaltou o legado da Concertación, que governou o Chile desde 1990, quando chegou ao fim a ditadura do general Augusto Pinochet, iniciada em 1973. “Quero agradecer a todos os chilenos que hoje me deram seu voto. Desde a recuperação da democracia, fomos protagonistas na formação de nossa nação, e o Chile é hoje muito melhor que o país que recebemos em 1990”, ressaltou.
“Hoje quero mandar uma mensagem aos democratas e progressistas da centro-esquerda. É necessário manter nossa bandeira. Seremos guardiões da liberdade, e a partir do meu posto no Senado seguirei junto a vocês”, afirmou Frei. No Palácio de La Moneda, sede do governo, o ministro do Interior, Edmundo Pérez Yoma, afirmou que “o país virou à direita”. “Nós acreditamos que fizemos um bom governo. Estamos orgulhosos de 20 anos que são os melhores governos de nossa história republicana. Hoje, o país quer uma mudança”, disse.
O senador Pablo Longueira, da União Democrata Independente (UDI), sigla que ao lado da Renovação Nacional (RI) integra a Coalizão pela Mudança, afirmou que a vitória de hoje é saudável para a democracia chilena. “Depois de 20 anos de governos da Concertación, que foram importantes para o Chile, acho que ganha a democracia, ganha o país”, argumentou. “A alternância faz bem a um país que tem realizado as coisas corretamente.” Segundo o político, o triunfo de Piñera “é o resultado de um trabalho que vem sendo feito há muitos anos para que a centro-direita chegasse ao poder”. “Não é uma improvisação de última hora, mas um trabalho de equipe”, ressaltou.
Piñera concorria pela terceira vez à presidência. Em sua primeira tentativa, em 1999, ele teve de abandonar a candidatura em plena campanha para ceder espaço a Joaquín Lavín, que foi o representante da Coalizão pela Mudança. Seis anos mais tarde, em 2005, foi ao segundo turno da disputa, mas acabou derrotado pela atual mandatária, Michelle Bachelet. No pleito deste ano, o empresário foi apontado como favorito desde o início da campanha. Em 13 de dezembro, data em que ocorreu o primeiro turno, obteve 44% dos votos, contra 29% de Frei.
Nas últimas semanas, porém, viu sua vantagem encolher. Um levantamento do instituto Mori chegou a apontar um empate técnico, dando 50,9% dos votos a ele e 49,1% a Frei. Hoje, ao votar, Piñera reiterou que estava confiante na vitória e disse que um governo seu levaria “tempos melhores” ao Chile. “Vêm tempos melhores para o Chile, e vamos celebrar com unidade. O triunfo é o triunfo da democracia. Devemos nos sentir orgulhosos dela”, ponderou. Agora, com a confirmação de seu triunfo, ele coloca fim a duas décadas de administrações da Concertación, que desde 1990 elegeu quatro presidentes: Patricio Aylwin, Eduardo Frei, Ricardo Lagos e Michelle Bachelet.
Economista e dono da companhia aérea LAN, do canal de TV Chilevisión e acionista do clube de futebol Colo Colo, Sebastián Piñera tomará posse no dia 11 de março. Michelle Bachelet, que chega ao fim do mandato com uma aprovação recorde superior a 80%, índice que aparentemente não foi transferido a Frei, prometeu parabenizar o vencedor na noite de hoje.
Texto: Camila Feix Vidal - IELA
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