Bolívia se prepara para a eleição presidencial
Texto: Elaine Tavares
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Créditos: Simón Antonio Ramón
Esta semana, na Guatemala, o Exército do país censurou a apresentação do livro do Coronel Edgar Rubio, “Guatemala: Narco-Estado e Oligarquia”, na Feira Internacional do Livro.
Vivemos em tempos de obscurantismo. Assim como aquele general na Espanha fascista que sacou seu revólver ao ouvir a palavra “cultura”, o autoritarismo conservador, cada vez mais prevalente no mundo atual, reage visceralmente contra a cultura e a academia.
Na Argentina de Javier Milei, o governo vê as universidades e os centros científicos e de pesquisa como um de seus maiores inimigos. Corta seus orçamentos a ponto de levá-los à fome e zomba deles com seu estilo vulgar, como se fossem um furúnculo que deve ser removido para o bem da sociedade.
Da mesma forma, Donald Trump está fazendo o mesmo nos Estados Unidos. Ele transformou centros emblemáticos de ensino superior em alvos de guerra. Estas são algumas das universidades mais prestigiadas do mundo, mas o que isso importa para um presidente obtuso que só entende (parcialmente) de negócios e que opera com sua própria lógica em um mundo no qual é forte?
Donald Trump e seus imitadores, governadores e prefeitos de estados e cidades norte-americanas, censuram livros que consideram minar os valores tradicionais que defendem. A lista cresce a cada dia e inclui livros infantis, romances, poesias e até livros científicos, como os que explicam a teoria da evolução darwiniana.
Na Guatemala, esta semana, o Exército guatemalteco censurou a apresentação do livro do Coronel Edgar Rubio, intitulado “Guatemala: Narco-Estado e Oligarquia”, na Feira Internacional do Livro. Já em circulação e à venda na Feira, o Exército ordenou que o coronel não comparecesse à discussão agendada entre ele e o editor do livro. Isso, compreensivelmente, provocou frustração e protestos entre os numerosos participantes, mas também impulsionou as vendas, tornando-o o livro mais vendido do evento. O tiro saiu pela culatra para uma instituição que vê a cultura e a inteligência como uma ameaça. Agora eles censuram livros, mas antes matariam qualquer um que carregasse um livro debaixo do braço.
A cultura é uma trincheira de resistência contra a crescente onda de governos conservadores em todo o mundo. Ter uma perspectiva informada e crítica é visto como uma ameaça e provoca medo. Como no romance de Orwell, ler é um ato subversivo.
Parece que ir à universidade é uma provocação, e a própria universidade é questionada a ponto de se tentar reduzi-la ao mínimo. Não é qualquer universidade, aliás, mas a universidade pública, que busca fomentar o pensamento crítico. As portas estão abertas para universidades privadas, com sua visão voltada para o lucro e orientação tecnocrática.
A cultura sempre foi vista com desconfiança pelo pensamento conservador e reacionário. Hoje, com cada vez mais governos sendo governados por suas expressões mais radicais, até mesmo neofascistas, as instituições culturais estão sob pressão, e livros, leitores, bibliotecas e todo o ecossistema cultural que os sustenta são vistos como alvos de guerra.
Texto: Elaine Tavares
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