Haiti tem novo primeiro-ministro

Garry Conille assumiu ontem, 12, o cargo de primeiro-ministro do Haiti depois da renúncia do último premier, Ariel Henry, em 12 de março. Com ele, assumiu também Edgard Leblanc Fils como presidente do Conselho Presidencial de Transição. Os dois têm o compromisso de realizar eleições gerais no país visando dar alguma estabilidade para a situação de extrema fragilidade que vive o Haiti, mergulhado em violência.

Praticamente 80% da região metropolitana da capital, Porto Príncipe, hoje está sob controle das gangues. Só no ano passado foram oito mil pessoas mortas nos protestos e escaramuças entre os grupos criminosos. De novo a ONU tomou para si a tarefa de “pacificar” o país e já prometeu uma força internacional de apoio à Polícia haitiana, que desta vez será liderada pelo Quênia.
Sempre importante lembrar que toda essa tragédia que vive o Haiti começou em 2004 quando os Estados Unidos ajudou no golpe contra Jean-Bertrand Aristide, democraticamente eleito pelo povo. Aristide foi deposto e as Forças da ONU, lideradas pelo Brasil, invadiram o país que até hoje não conseguiu se estabilizar. A lógica do caos na sua mais elaborada expressão.

Conille, que é médico de formação, foi indicado para o cargo pelo Conselho de Transição no último mês de maio. Ele já atuou como primeiro ministro entre 2012 e 2013, bem como desde 2023 tem sido diretor regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para América Latina e Caribe.