A escala 6 x 1 e os trabalhadores
Texto: Elaine Tavares
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Foto: Jhon Reyes/ La República
Uma marcha convocada pelas redes sociais inundou as cidades do Peru neste domingo em protestos conta a decisão do Tribunal Constitucional de garantir o indulto ao ex-ditador Alberto Fujimori, outorgado pelo ex-presidente Pedro Pablo Kuzcynski em 2017. A maior manifestação foi na capital Lima, quando centenas de pessoas marcharam da Praça San Martín até o Palácio da Justiça. Tendo como consigna ‘o indulto é insulto”, vítimas da ditadura, movimentos sociais, familiares dos desaparecidos e principalmente a juventude deixaram claro que não vão aceitar a impunidade.
A decisão do Tribunal Constitucional vem se somar aos já sistemáticos ataques que o governo de Pedro Castillo vem sofrendo, capitaneados pelo fujimorismo. A intenção é minar ainda mais o atual governo, animando a militância com uma possível libertação do ex-ditador. Fujimori foi condenado a 25 anos de prisão como autor intelectual do assassinato de 25 pessoas em Barrios Altos (1991) e em La Canuta (1992). Agora, sob a alegação de que está muito velho e muito doente, o Tribunal decide pelo que chama de “indulto humanitário”. As famílias dos assassinados devem recorrer a Corte Interamericana de Direitos Humanos, exigindo que o ditador cumpra a pena.
Os crimes pelos quais Fujimori foi condenado foram levados a cabo pelo chamado Grupo Colina, um comando paramilitar responsável pelos assassinatos e desaparições de pessoas no Peru. Em Barrios Altos esse grupo matou 15 pessoas de uma comunidade, incluindo um menino de oito anos. Em La Canuta as vítimas foram os estudantes universitários. Muitos seguem desaparecidos sem que as famílias tenham tido a chance de enterrar seus corpos. Para as famílias dos mortos e desaparecidos, essa decisão reabre uma ferida que estava cicatrizando. “Não podemos permitir que a impunidade vença”, dizem. E já decidiram levar a questão até a Corte Internacional.
Esta não é a primeira vez que os fujimoristas tentam livrar a cara do ditador. A condenação foi em 2009 e em 2013 foi tentado um indulto, que acabou sendo negado pelo então presidente Ollanta Humala. Quando PPK decidiu reacender a questão em 2017 oferecendo o indulto, o Poder Judicial não permitiu, considerando-o ilegal. Agora, o Tribunal Constitucional, que é presidido por Augusto Ferrero, o qual deu o voto decisivo, decide por libertar Fujimori. Ferrero foi eleito pelo Congresso tendo sido indicado para o cargo pela filha de Alberto, Keiko Fujimori.
São de luta os dias para os peruanos.
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