História e Pensamento Militar
Texto: IELA
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Justiça e memória social
22/06/2007
Por Dulce C.A. Whitaker – Pesquisadora do CNPq junto aos Programas de Pós Graduação da UNESP – Faculdade de Ciências e Letras – Campus de Araraquara
Para quem viveu os “anos de chumbo” dos governos militares no Brasil, no século passado, é surpreendente a fraca memória de alguns governantes, administradores universitários e “poderosos” de modo geral.
O tratamento dado à juventude num sistema que deseja perpetuar injustiças históricas varia entre o descaso e o massacre, com mediações intermitentes.
Mas nós todos, mães, pais e professores que vivemos as angústias daquelas décadas, entendíamos que a redemocratização do país enterraria para sempre velhas práticas.
Afinal, aquele regime não se dizia de “exceção”? Mas eis que o Campus Universitário de Araraquara se vê invadido em horas mortas (prática típica das Ditaduras assumidas) por contingentes fortemente armados, sob o beneplácito de um governo cujo titular foi presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) e para “felicidade” de professores que outrora militaram, simpatizaram, ou no mínimo aplaudiram os movimentos juvenis que ajudaram a enfraquecer a ditadura militar.
Paralelamente, em unidades que se dizem sócio-educativas, jovens pobres são enquadrados a partir de espancamento e outras formas de violência.
Que medo é esse que os poderosos têm da juventude? Com certeza, o idealismo juvenil que ajuda a impulsionar a humanidade na direção da utopia ameaça os privilégios decorrentes da desigualdade social. Para que haja acumulação de riquezas é preciso conservar a miséria e mentir, garantindo que as injustiças sociais só serão resolvidas com mais e mais acumulação e mais e mais injustiças…
A juventude devia ser uma potencialidade a ser incorporada para aperfeiçoamento do sistema e correção das injustiças sociais. Mas os poderosos preferem manter os jovens à margem, empurrando-os muitas vezes para o caminho do crime ou para o inferno das drogas. Apoiados pelos reacionários de todas as gamas, torcem para que os jovens se enquadrem logo ou morram o mais depressa possível – desejos que variam, dependendo da condição de classe das vítimas juvenis.
Para tanto, todos os métodos são válidos e serão usados se necessário, até que o jovem se torne adulto e perca a memória de suas lutas juvenis, exatamente como aconteceu com muitos em nosso país.
Texto: IELA
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