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"Nossa fome não pode dar lucro"

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Por IELA em 20 de novembro de 2008

Manifesto da Jornada de 19 de novembro contra a carestia

 
A NOSSA FOME NÃO PODE DAR LUCRO!

NÃO PODEMOS PAGAR PELA CRISE!

 
Hoje, 19 de novembro de 2008, mais uma vez, em luta nos levantamos. São ações simultâneas em 7 estados do Brasil contra o aumento do custo de vida do povo pobre. Desta vez, entramos nos templos-sagrados daqueles que vêem na fome de um irmão o lucro saltando dos bolsos.

No dia de hoje ecoa, em diferentes estados deste rico e imenso país, a voz dos que não têm direito à igualdade racial, ao trabalho digno, ao salário digno, à moradia digna, ao transporte digno, à educação e saúde dignas, nem à alimentação digna, enfim, os que não tem direito à própria dignidade.

Num ato de desobediência civil, aqui ela está: Nossa dignidade. E ela neste momento fala por nós. Fala que não aceitaremos que os ricos fiquem ainda mais ricos com nossa fome. Fala que não aceitaremos que o arroz e o feijão dobrem seu preço enquanto o Estado diz que nada pode fazer, mas ao mesmo tempo injeta bilhões de dólares aos bancos e especuladores. Fala que a terra que deveria produzir o alimento para a sociedade é um mar de cana para fazer rodar os carros em várias partes do mundo. Fala que jogam com nossa fome numa bolsa de valores onde nós somos a única coisa que não vale nada; porque somos gente e não temos preço. Fala que, embora não valhamos nada, é a nossa carne que será usada para pagar a crise financeira mundial. Fala que essa crise – produto de um sistema irracional e injusto – desempregará milhares (ou milhões?) de trabalhadores e lançará outros tantos na mais profunda miséria em todas as partes do mundo e de nosso país.

Mas nossa dignidade não apenas fala, porque nossas vozes são cansadas do sofrimento e da injustiça. Nossas vozes gritam, exigindo aqui, diante de um símbolo do imperialismo, da ganância que eleva o preço da comida e de um sistema que não existe sem crise, fome, violência e injustiça, que seja nosso tudo o que produzimos com nosso suor.

Por tudo isso, exigimos:
 

– Política estatal de controle e congelamento de preços.

– Manutenção e abertura de novos restaurantes populares públicos.

– Abertura de mercados populares subsidiados pelo estado e administrados por organizações populares.

– Nenhum subsídio ao mercado financeiro. Que o governo subsidie a alimentação, a moradia popular, o transporte público, etc. 
 

ASSINAM ESTE MANIFESTO:
 

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – Movimento Urbano dos Sem Teto – Movimento Passe Livre (SP) – Movimento dos Conselhos Populares (CE) – Frente Estadual de Luta pela Moradia (MG) – Brigadas Populares (MG) – Movimento das Famílias Sem Teto (PE) -Movimento Quilombo Urbano (MA) – Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (PA) – Centro Popular pelo Direito à Cidade (PA) – Movimento Popular Socialista (PA) – Federação das entidades comunitárias de Castanhal (PA) – Associação Afro-religiosa Omo Ode (PA) – Grupo Garra Afro (PA) – Circulo Palmarino – Movimento Sem Teto da Bahia.

 

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