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Eleição provinciais no Equador

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Por IELA em 26 de março de 2019

Eleição provinciais no Equador

Yaku Peres, primeiro indígena a ganhar as eleições para uma prefeitura no Equador

A América Latina não está à deriva como afirmam alguns. Desde há décadas suas veias nunca estiveram tão abertas, já não é mais possível passar desatento aos diversos jogos políticos que ocorrem no cone sul. Acompanhamos o Haiti, a Venezuela, o Brasil e a Argentina passando por crises mais intensas e o Equador com Lenín Moreno, que segue demonstrando sua subserviência ao imperialismo de forma completamente despudorada.  São tantas as informações que por muitas vezes nos perdemos, parece que falta oxigênio nas veias latino-americanas. 
As eleições no Equador, para o Consejo de Participación Ciudadana y Control Social (CPCCS)  e províncias aconteceram no domingo, dia 24 de março de 2019. Equatorianos elegeram 221 alcaldes, 23 prefeitos e vice-prefeitos, a exceção de Galápagos-, 558 conselheiros urbanos e 747 rurais, 4.080 vogais das 816 juntas paroquiais. Bem como os 7 conselheiros que devem compor o CPCCS.
Nas últimas semanas houve uma série de alterações legais para que as eleições ocorressem, entre elas a regra de que entre os 43 candidatos que concorrem Conselho de Partipação Cidadã e Controle Social (CPCCS),  e dos quais a população pode escolher 7 , é preciso votar em três homens,  três mulheres e uma pessoa de minoria étnica. Isso foi decidido a quatro dias das eleições. Essa regra foi nomeada como “discriminação positiva” . Houve protestos pois boa parte dos equatorianos entendia que devia votar em quem quisessem sem qualquer obrigatoriedade a priori. Alguns advogados e candidatos apresentaram à Corte Superior um pedido de suspensão das eleições, contudo a Corte não concedeu a suspensão e a eleição decorreu. 
O Equador, após a vitória de Lenín Moreno em 2017, tem evidenciado cada vez mais um sufocamento político e econômico, que já era possível verificar nos últimos anos de Rafael Correa. A asfixia do sistema político é só mais um reflexo desta crise. Tal como ocorreu no Brasil os candidatos das duas maiores cidades, Quito e Guayaquil, que lideraram as pesquisas, se recusaram a debater e aprofundar seus projetos à sociedade, demonstrando mais apego a manutenção do poder que a relação com a sociedade. Em Guayaquil a vitória foi de Cynthia Viteri, candidata do Partido Social Cristão, e em Quito ganhou Jorge Yunda Machado, do Partido União Equatoriana, cuja premissa e acabar como um governo de familiares, algo muito comum no Equador. 
Em meio a polêmica entre votar nulo ou aceitar tais imposições, ocorreu a importante Consulta do Cantón de Girón que vem lutando há anos contra a mineração que afetará o Rio em Quimsacocha. Voram 15.363 eleitores, de três paroquias, respondendo pelo sim ou não à exploração mineira. Na consulta ganhou o “NÃO”, o que significa que a comunidade não quer o avanço da mineração. O resultado é um ganho, mas sabe-se que reduzir este profundo debate, com todas suas implicações, à uma questão judicial, é acreditar na neutralidade do Estado.
As eleições ocorreram cheias de problemas e alguns lugares como Esmeraldas avaliam a possibilidade de novas eleições, devido a destruição de algumas urnas. Em Azuay aconteceu um feito inédito, a Prefeitura terá uma liderança indígena muito conhecido por sua militância anti-mineração no país. Yaku Peres  (Pachakutik) foi eleito sendo o primeiro indígena a frente de uma prefeitura no Equador.  
 
 
 

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