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Marx sobre Nossa América

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Por IELA em 21 de maio de 2018

Marx sobre Nossa América

Texto de Néstor Kohan.
As heresias latino-americanas
Duzentos anos após o nascimento de Karl Marx, o debate sobre sua herança não está resolvido na América Latina. Isso é inquestionável. O interesse ressurgiu com ímpeto nos últimos anos e, não por acaso, se realizaram inúmeros eventos internacionais tanto no Brasil e México como na Bolívia e Venezuela, entre muitos outros países da região. Neste novo aniversario apareceram, como era de se esperar, filmes, reedições, fóruns de discussão e seminários.
Quando o principal fundador da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) e autor de O Capital faleceu, José Martí escreveu: “Veja essa grande sala. Karl Mar está morto. Como se colocou ao lado dos fracos, merece honra”. Assim, rendia homenagem, sem ser marxista, um dos escritores máximos da América Latina ao principal teórico do comunismo e do socialismo revolucionário em escala mundial.
Não foi a única vez que o pensamento insubmisso de Nossa América se estremeceu e fundiu, de modo herético, com a chama libertária e rebelde inaugurada por Marx.
Emiliano Zapata, principal líder campesino da revolução mexicana, escreveu a um de seus companheiros, o general Jenaro Amezcua, que a revolução marxista da Rússia e a revolução mexicana tinham os mesmos inimigos e as mesmas demandas, A carta de Zapata defendendo os bolcheviques, fervorosos admiradores de Marx, foi publicada no periódico El Mundo de Havana, em maio de 1918.
Um mês depois do escrito de Emiliano Zapata, Deodoro Roca, o principal ideólogo da Reforma Universitária de Córdoba [Argentina], iniciada em junho de 1918, cujo centenário se comemora este ano [2018], entrecruzou suas leituras de Marx e sua admiração pela revolução bolchevique de Lenin com a tradição cultural e anti-imperialista do modernismo literário inaugurado por José Martí e prolongado por Rubén Dario e outros poetas e escritores latino-americanos daquele então. Nesta lista, entre outros, figura José Ingenieros em sua veia modernista, alheia ao cientificismo positivista, que também impregnou parte de sua obra, a mais conhecida.
Pouco tempo depois da Reforma Universitária de 1918, durante os anos 20, o peruano José Carlos Mariátegui se animou hereticamente a recuperar o “comunismo incaico” e as comunidades indígenas de diversos povos originários como antecedente obrigatório e inevitável das lutas socialistas e anti-imperialistas do futuro. O fez no plano organizativo, fundando um partido socialista aderido à Internacional Comunista, articulando uma central trabalhadora e inaugurando periódicos sindicais e culturais. De todos eles, o empreendimento mais importante é, sem dúvida, a revista Amauta, que amalgamou a tradição estritamente marxista com as vanguardas estéticas (como o surrealismo), a psicanálise e a perspectiva indianista. Algo similar – ainda que talvez com menos erudição que o peruano – tentou realizar durante essa mesma época em sua Cuba natal e em seu exílio mexicano, o jovem dirigente estudantil Julio Antonio Mella, quando defendeu a unidade inseparável de Marx e Martí.
Esses cruzamentos, empréstimos, afinidades recíprocas, entrecruzamentos e fusões heréticas foram uma constante que resistiu, inclusive, os embates do marxismo mais dogmático – pretensamente “ortodoxo” – da época de Joseph Stalin.
Quase Trinta anos depois de Mariátegui, Mella, Recabarren e Farabundo Martí, desobedecendo essa pretensa ortodoxia que provinha da União Soviética já stalinizada, no julgamento em que o ditador Batista fez a Fidel castro, este identificou sem titubear José Martí como “o autor intelectual” da tomada do quartel Moncada. Assalto ao céu (militarmente falido) que em 1953 inicia a revolução cubana e abre todo um horizonte de rebeldias latino-americanas que perduram até os dias de hoje. Seu amigo e companheiro, Ernesto Che Guevara, estudando com seus combatentes da Bolívia durante 1966, leu Lenin mesclado com as histórias e lendas de Juana Azurduy. Entre os escritos da viagem insurgente de Guevara (durante várias décadas inéditos) se encontrou um poema de Pablo Neruda dedicado, nada menos, que a… Simón Bolívar.
Sim, Bolívar, apesar de Marx tê-lo questionado em um escrito em 1858, redigido para uma enciclopédia estadunidense por contar com fontes de duvidoso sustento e escassa fiabilidade historiográfica. Marx escreveu esse artigo tão pouco feliz sobre Simón Bolívar porque as únicas obras que tinha em mão no Museu Britânico, onde estudava Marx, invariavelmente insultavam o libertador americano. Esses livros anti-bolivarianos tinham sido escritos por ex-combatentes das legiões estrangeiras que, participando das guerras de independência latino-americana, tinha pretendido dirigi-las ou, em seu defeito cobrar suculentos soldos. Bolívar se negou a ambos requerimentos, motivando o rancor, as reprovações e o nojo que Marx encontrou naqueles livros de “memórias” britânicos e franceses. Ainda assim, apesar do equívoco que cometeu o Mestre em confiar em uma historiografia tão parcial e de duvidosa procedência, o Che Guevara quis amalgamar de todas as formas seu querido Marx com seu admirado Simón Bolívar. Não se equivocou.
Como compreender, então, esse iconoclasta e herético sincretismo latino-americano, onde o pensador judeu alemão Karl Marx (filho e neto de rabinos de ambas partes de sua família) se veste e se impregna do perfume das culturas dos povos originários, das negritudes, das rebeldias proféticas das comunidades cristãs de base, dos campesinos sem terra e das lutas das diversas classes trabalhadoras de Nossa América? É o marxismo parte central da cultura política que mantém aceso o fogo sagrado da rebelião latino-americana ou, pelo contrário, constitui uma “ideologia estrangeira”… como costumavam a repetir em seus programas televisivos os ideólogos oficiais dos genocidas militares na Argentina de 1976 (alguns cujos filhos hoje ocupam lugares centrais na política local)?
Nascimento da heresia: nem plágio nem cópia
Diferente dos primeiros imigrantes europeus que em fins do século XIX traduziram e divulgaram com as melhores intenções algumas obras de Marx e Engels, os primeiros marxistas latino-americanos utilizaram suas categorias de um modo criador. Tinha razão o pesquisador italiano Antonio Melis quando caracterizou Mariátegui como “o primeiro marxista da América”, apesar de que muito antes dele já tinham lido Marx por estas terras. O revolucionário peruano não só citou o autor de O Capital. Não só memorizou sua letra e repetiu seus slogans. Tentou apropriar-se de seu método e de seu pensamento para elucidar o problema indígena (em sua ótica, consistente na falta de terras para as classes populares e as comunidades originárias) e, ao mesmo tempo, resolver a questão nacional inacabada de um continente que nasceu com quatro vice-reinados e, depois da amarga incidência econômica, política, diplomática e militar da Inglaterra e Estados Unidos, terminou dividido e fragmentado em mais de vinte republiquetas bananeiras (ou de produção de soja e extrativistas, da mesma forma). Mariátegui, mais fiel ao espírito da concepção materialista da história do autor de O Capital que a sua letra, abordou os problemas da revolução social nossa-americana articulando a luta anticapitalista, o anti-imperialismo e o socialismo sem esquecer jamais dos novos sujeitos que desde então acompanhariam as lutas operárias, as comunidades originárias, não só ancestrais e arcaicas, mas também as comunidades presentes.
Enfrentando, ao mesmo tempo, o populismo de Víctor Raúl Haya de la Torre (avô de muitas experiências nacionalistas e desenvolvimentistas falidas que hoje em dia seguem esperando que chegue o messias salvador e uma suposta “burguesia nacional” eternamente postergada) e o então incipiente stalinismo de Victorio Codovilla (que pretendia, seguindo esquemas de seu mestre Stalin, entender nosso continente a partir de um suposto “feudalismo” só válido nas lousas e esquemas de manual), Mariátegui inaugura uma nova corrente político-cultural: o marxismo latino-americano. Uma tradição que, até nossos tempos, aborda a cultura latino-americana questionando os esquemas eurocêntricos que tentam convencer as classes trabalhadoras e populares a apoiarem diversos empresários e banqueiros, e a seus economistas “bruxos”, possuidores de fórmulas mágica e esotéricas que com um enigmático “abracadabra” terminariam, supostamente, com cinco século de exploração, miséria e marginalização.
Dentro dos fundadores, Mariátegui é o mais radical, original e audaz na hora de decifrar incógnitas que Marx não tinha conhecido, ainda que tenha intuído ou começado a explorar, pensando na periferia do sistema capitalista mundial. Porém,, Mariátegui não esteve só. Em suas polêmicas contra o populismo de Haya de la Torre, o pensador peruano esteve acompanhdo pelo jovem marxista cubano, Julio Antonio Mella. Ao brilhante binômio Mariátegui-Mella poderia, talvez, agregar-se outros dois nomes: o argentino Aníbal Norberto Ponce e o chileno Luis Emilio Recabarren. Ainda que o cubano tenha sido o mais militante, o argentino o mais erudito e o chileno o mais organizador, nenhum se compara com a originalidade e o voo imaginativo do peruano.
A este elenco imponente, que brilhou nos anos 20, sucedeu durante trinta anos o eco dos esquemas medíocres implantados por Stalin na União Soviética, onde Marx não era mais que uma caricatura ou uma estátua gigante e fria de cimento cinza.
Somente com a emergência da revolução cubana e a hegemonia de Fidel Castro e Che Guevara, o marxismo deste continente pode sacudir o pó burocrático e dogmático das Academias de Ciências da União Soviética. Não é por acaso que nos anos 60 a revolução cubana recuperou o marxismo revolucionário da década de 20 (anti-imperialista e anticapitalista ao mesmo tempo), assim como também os escritos menos transitados e divulgados de Marx. Os mesmos que hoje, em 2018, são reeditados e difundidos na Bolívia de Evo Morales e Álvaro García Linera. Esse curioso país, sempre desprezado pelas elites universitárias do continente como supostamente “inculto”, atualmente atrai o mais distinto e prestigiado da intelectualidade marxista continental e, nos animaríamos em acrescentar, mundial. Não é por acaso que até o afamado e mundialmente consagrado geógrafo marxista David Harvey, especialista em O Capital e best seller em escala global, tenha dedicado grande atenção à experiência comunal e originária da Bolívia.
Referimo-nos particularmente àqueles artigos, cartas e manuscritos tardios, onde Karl Marx estuda o colonialismo e as sociedades periféricas e dependentes, revisando os restos ou incrustações evolucionistas de seus primeiros ensaios e superando suas limitações eurocêntricas dos artigos jornalísticos da juventude.
Sobre este horizonte, que tinha inaugurado a revolução cubana a partir dos anos 60, se inscrevem investigações posteriores como: O marxismo na América Latina (1980) de Michael Löwy; Marx e América Latina (1980) de José Aricó;  Uma leitura latino-americana de «O Capital» de Marx (1988) de Alberto Parisi;  O último Marx e a libertação latino-americana (1990) de Enrique Dussel; De Marx ao marxismo na América Latina (1999) de Adolfo Sánchez Vázquez, entre muitos outros. A todos eles cabe agregar as inúmeras obras, centrais no marxismo latino-americano contemporâneo, de Bolívar Echeverría (Equador-México), Jorge Veraza (México), Álvaro García Linera (Bolívia), para o caso de Nossa América, assim como os escritos sobre Marx ou inspirados nele de Kevin Anderson (EUA), Samir Amin (Egito), Immanuel Wallerstein (EUA), sem esquecermos do populoso acervo histórico da teoria marxista da dependência (Ruy Mauro Marini, Theotonio dos Santos e Vania Bambirra do Brasil, Orlando Caputo Leiva [Chile], Jaime Osorio [Chile-México], Adrián Sotelo Valencia [México], etc.
O giro copernicano de Marx
Para além de seus respectivos matizes, estilos de escritura e fontes diversas, a maioria destas obras coincidem que em sua maturidade Marx revisa seus pontos de vista no que se refere ao problema do colonialismo, da exploração do mundo periférico e dos povos submetidos à expansão da dominação capitalista.
Em seus escritos tardios (desde a segunda metade dos anos 1850 adiante), Marx chega a duas conclusões contundentes que reexaminam e reformulam sua própria teoria.
Em primeiro lugar, não existe nem existirá “progresso” para os povos, classes e comunidades subjugadas enquanto permanecerem sob a dominação da bota imperial. O “progresso” não é linear. Deve ser medido tomando como critério central o ângulo e a perspectiva dos povos submetidos (não o desenvolvimento tecnológico nem o desdobramento das “forças produtivas”). A expansão da Inglaterra não só não fez avançar a Índia colonial – como ingenuamente tinha esperado o jovem Marx até 1853 –, como também a fez retroceder “para trás”.
Em segunda instância, a história não segue um percurso evolutivo, ascendente e etapista. Não existe e nunca existiu um centro único (Europa ocidental, supostamente herdeira da antiga Roma e da Grécia helenista), de onde se implantariam e irradiariam, como ondas concêntricas, para toda a órbita, passo a passo, sem saltar nenhuma, as diversas etapas do desenvolvimento histórico. A história mundial (tampouco “o espírito da civilização”) jamais segue um curso do Oriente para o Ocidente.
Estas duas conclusões de Marx tardio constituem um descobrimento completamente disruptivo com o eurocentrismo e o ocidentalismo modernizante (tão caros para muitos admiradores e simpatizantes de Marx como para inimigos declarados do autor de O Capital). Em seu conjunto, o obrigaram a repensar toda sua concepção da história mundial, da sociedade capitalista e das tarefas, modalidades e curso de desenvolvimento político dos projetos futuros de emancipação.
Essa inesperada novidade teórica e política está presente, por exemplo, em (a) seus numerosos escritos críticos sobre o colonialismo europeu, (b) em suas análises sobre a história espanhola e o papel que os delegados americanos nas cortes de Cádiz desempenharam frente à invasão napoleônica, (c) em seus primeiros esboços de O Capital de 1857-1858 (conhecidos como os Grundrisse), (d) em sua defesa da independência da Polônia, (e) em seus trabalhos de denúncia da dominação britânica sobre Irlanda, (f) em sua crítica da intervenção colonial da Inglaterra, França e Espanha no México de Benito Juárez de 1861, (g) em sua carta de 1877 ao jornal russo Anais da pátria, (h) em seus apontamentos etnológicos, redigidos desde 1879-1880 em diante, sobre a obra do antropólogo russo Kovalevsky (particularmente quando este fala das culturas, comunidades e civilizações da América), (i) em sua correspondência de 1881 com a revolucionária russa Vera Zasulich (tanto em sua carta finalmente enviada por correio postal como em seus extensos esboços prévios, nunca enviados), e em vários outros escritos escassamente transitados, não menos importantes, que não figuram habitualmente em suas obras “escolhidas” (escolhidas por quem e a partir de qual ângulo de seleção?) e às vezes nem sequer em suas obras “completas”.
Marx apologista do império?
Para os estudiosos sérios constatar essa mudança de paradigma e giro copernicano nos escritos de maturidade já constitui um lugar consensual. Existe suficiente documentação empírica, materiais de arquivo e traduções para o castelhano que o provam.
No entanto, na hora de discutir Marx, se costuma passar ao largo o estudo rigoroso dos documentos que hoje estão ao alcance de qualquer pessoa que investigue sobre estes temas. Marx continua despertando paixões acaloradas e, muitas vezes, ataque incendiários. Não é algo negativo em si mesmo semelhante paixão frente ao pensamento de um autor considerado “clássico”, desde que o ardor do coração e o bater da corrente sanguínea… não obscureça a vida nem obrigue a tergiversar obstinadamente o sentido de uma obra. Tal é o caso de alguns ensaístas, jornalistas, acadêmicos e políticos que, todavia hoje, após 200 anos de seu nascimento, se deixam arrastar por seu arrebato polêmico, o prejuízo político e o tumulto de suas vísceras, negando-se sequer a ler ou ao menos reconhecer materiais que já estão disponíveis para a leitura de quem tenha simplesmente vontade de empreender a tarefa.
Por exemplo, o ensaísta José Pablo Feinmann, de grande presença midiática na Argentina, em seu livro Filosofia e Nação (escrito em plena euforia política entre 1970 e 1975, publicado em 1982 e reeditado sem modificar uma só oração em 1996) afirma com discutível severidade que Marx é… “um pensador do império britânico” (sic), ou seja, um desenfreado apologista da dominação colonial sobre os povos submetidos. Uma lógica argumentativa que compartilha – apesar de suas intenções politicamente opostas – o hoje neoliberal Juan José Sebreli, que em O assédio à modernidade (1992) e em outros escritos e intervenções, caracteriza Marx como um vulgar entusiasta da modernidade ocidentalista e um partidário ingênuo da expansão imperial. Uma caracterização que a Sebreli servia nos anos 90 para envernizar com jargão “filosófica” e suposta erudição teórica seu apoio à direita argentina e às privatizações da era neoliberal menemista em nome do… “avanço das forças produtivas” e outras expressões descontextualizadas extraídas de alguns escritos de Marx.
Esse espírito de época, ferozmente marcado – desde a economia política à crítica cultural – por uma defesa a toda prova do ocidentalismo modernizante e globalizante “em nome de Marx” (na realidade a contramão do próprio Marx), foi caracterizado pelo escritor marxista latino-americano Agustín Cueva como uma autêntica “fúria anti-terceiro mundista”. Assim o fez na segunda metade dos anos 80 em um de seus trabalhos incorporado a sua obra antológica Entre a ira e a esperança, que recolhe postumamente (2008) escritos de diferentes décadas.
Sem a paixão militante de Feinmann, sem a ironia ácida de Sebreli, o professor Arturo Chavola, diretor do Instituto de Estética da Universidade de Guadalajara, publicou em 2005 A imagen da América no marxismo, sua tese originariamente defendida em Paris.
Mais uma vez Chavola volta a insistir que Marx seria simplesmente um europeu que aplaude a dominação das colônias e não entenderia nada dos povos oprimidos. Porém, muita água correu embaixo da ponte. Ao menos este professor mexicano não desconhece alguns escritos tardios de Marx. Só que em lugar de registrar a notável mudança de olhar do último Marx não vê neles mais que a confirmação linear dos textos juvenis. Desconhecendo a virada e a revisão que Marx empreende a partir da criação da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), Chavola volta, mais uma vez, a pintar um Marx iluminista, moderno, determinista, eurocêntrico e apologista absoluto da burguesia europeia. Todavia, mais teimoso que seus antecessores, decreta para o fim dos tempos a suposta inutilidade do marxismo para Nossa América.
Seja para repudiá-lo, seja para “defendê-lo”, seja para manipulá-lo e forçá-lo a dizer o que cada um disponha ou necessite, segundo a ocasião, em todos os casos mencionados se toma como axioma auto-evidente que Marx não seria ingenuamente evolucionista e ilustrado. Escandalosamente se deixam de lado seus incisivos textos tardios, onde essa perspectiva resulta agudamente criticada.
O certo é que este curioso cadáver, várias vezes enterrado, voltou mais uma vez a sair de sua tumba. Passam os anos e as décadas, desfilam seus detratores, se seguem lavrando atestados de óbito, porém seu sorriso irônico não se apaga.
Fonte original: https/www.nodal.am
Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2018/05/10/marx-sobre-nuestra-america/
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)
 

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