Memória – Cuba e a saída de Fidel (2008)
Texto: IELA
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Foto: Diário Primera Plana
Os paraguaios já cumpriram uma semana de intensos protestos no país por conta da crise sanitária e econômica. A palavra de ordem que emana das ruas é: pakañy (desapareçam daqui), a versão guarany dos “que se vayan todos”. Nesse período o Ministro da Saúde caiu, bem como quase todo o gabinete governamental, mas os manifestantes querem a saída do presidente Mario Abdo e seu vice, Hugo Velázquez.
Mesmo com a forte repressão policial os protestos só crescem, agora pelo interior do país, com trancamento de estradas em várias províncias. Também foi montada uma tenda em frente ao Congresso Nacional com a presença de manifestantes que chegam de várias partes do país. Eles querem que os parlamentares deem início a um processo de impedimento já que não há sinais de que o presidente vá renunciar.
As denúncias contra o governo dão conta de atos de corrupção bem como de descaso com a população uma vez que faltam medicamentos e insumos nos hospitais públicos enquanto a Covid-19 avança.
No Congresso paraguaio a oposição vai tentando encontrar caminhos para garantir a abertura de um julgamento político e isso pode significar que as forças ainda leais ao presidente estão em intenso processo de negociação. Os jornais locais apontam que na próxima semana é possível que o Congresso apresente denúncia contra o presidente e o vice, mas nada é certo ainda.
Os protestos devem seguir firmes nesse de final de semana e o movimento promete muitas manifestações em todo o país sob as bandeiras: “Estoy para el Marzo paraguayo 2021”, e “Pekañy”(que desapareçam todos). As manifestações já chegaram inclusive à frente da mansão de Horácio Cartes, o ex-presidente vinculado ao golpe de 2012, porque os paraguaios sabem que é ele que sustenta Abdo, bem como sabem de suas pretensões à presidência em 2023.
O presidente Mario Abdo apostou no arrefecimento das manifestações por conta da Covid, mas para os que ainda estão nas ruas a batalha agora já não é mais só pela falta das condições de enfrentamento da doença e sim por algo bem mais grave que é o “pokovi”, que em guarani significa o mau costume de se apropriar do que não é seu.
A luta segue.
Texto: IELA
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