Projeto Escravos Unidos – O encarceramento nos Estados Unidos (E 5)
Texto: IELA
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Presidente da Constituinte, Delcy Rodríguez, fez o anúncio.
Governo bolivariano não aceita ingerência de Temer nos assuntos internos do país e expulsa o embaixador brasileiro
A Venezuela misteriosamente tinha sumido do noticiário brasileiro até a semana passada. E isso não foi por acaso. É que ninguém estava disposto a noticiar as eleições acontecidas no país e que deram estrondosa vitória ao bolivarianismo. Falar sobre isso seria o mesmo que aceitar o fato de que lá existe a democracia e mais, que a população, massivamente, segue apoiando o governo. Tanto que nas eleições para governador, o partido do governo ganhou na maioria dos estados e nas eleições municipais levou mais de 95% dos municípios. Eleições livres e com observadores internacionais que atestam ser uma das eleições mais seguras e democráticas do mundo. A mídia brasileira jamais noticiaria isso. Então, preferiu calar sobre as eleições. E a melhor maneira de fazer isso é esquecer que a Venezuela existe. Voltar os olhos para outros “inimigos”.
É muito importante salientar que a Venezuela tem vivido há mais de quatro anos uma guerra econômica, com a burguesia local escondendo produtos, provocando desabastecimento e levando o povo a longas filas para comprar qualquer coisa. Não bastasse isso, a oposição promoveu uma série de atos violentos que levaram a mais de 100 mortes. Tudo isso para desestabilizar o governo de Maduro, alegando falta de democracia. Mas, o que se viu nas eleições foi o completo rechaço da população à violência opositora. Tanto que o estado de Miranda, governado pela oposição durante todo o tempo de governo bolivariano, finalmente foi ganho pelo PSUV. Mais uma mostra de que as pessoas diziam um sonoro não à tentativa de minar o governo por parte da elite local.
Mas, na semana passada a Venezuela voltou às telinhas. De novo, sofrendo ataques. Isso porque o presidente Nicolás Maduro decidiu considerar o embaixador brasileiro Ruy Carlos Pereira persona não grata, o que na prática, significa a sua expulsão do país. Mais uma vez, a metralhadora midiática disparou contra o governo bolivariano acusando-o de ditador, totalitário e tudo o mais. Quase ninguém se preocupou em saber o porquê da decisão.
A expulsão do embaixador se deu justamente por conta da atitude do presidente Michel Temer que tem declarado publicamente, em várias ocasiões, inclusive no âmbito do Mercosul, repúdio ao governo de Nicolás Maduro, acusando-o de antidemocrático, comprando o discurso dos partidos opositores na Venezuela. Temer também tem se referido a um “grave quadro humanitário por conta da falta de remédios e alimentos”. O que Temer não diz é que a falta dos remédios e dos alimentos acontece justamente por conta da ação dos importadores – que são da oposição – e que movem a guerra econômico contra o governo de Maduro e contra o povo venezuelano. Na verdade, se o presidente do Brasil estivesse mesmo preocupado com a população da Venezuela divulgaria nota de repúdio à oposição, e não ao governo. Na última semana, Temer voltou ao ataque, dizendo que a Venezuela só volta ao Mercosul quando lá houver democracia. Foi a gota d´água.
Agora, aproveitando o natal e o ano novo, quando as notícias escasseiam, a mídia brasileira volta a mirar na Venezuela, sempre para o ataque ao governo bolivariano, incapaz de dizer a verdade sobre a realidade do país. Vale a máxima já explicitada por Noam Chomsky no seu livro clássico sobre a ação da mídia estadunidense: “Notícias ruins sobre o inimigo devem ser divulgadas à exaustão. Notícias boas devem ser silenciadas”. E assim é. É fato que faltam remédios e comida. Mas é fato também que segue a guerra econômica movida pela oposição, incapaz de vencer na arena política. Há que se dizer a verdade.
Texto: IELA