Equador: o passado de volta
Texto: Elaine Tavares
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VENEZUELA E HONDURAS
Por Valdenésio Aduci Mendes*
07.07.2009 – Dia 05 de julho de 2009 é um dia especial para o povo venezuelano e hondurenho. No caso de Venezuela trata-se da data de celebração de 198º anos da Declaração de Independência. E no caso de Honduras trata-se da espera do Presidente Zelaya, deposto de seu cargo no dia 28 de junho por uma junta militar, comandada por Roberto Micheletti Bain. O povo hondurenho tinha suas razões para comemorar a volta de seu presidente eleito democraticamente, mas em breve, o clima de festa em Tegucigalpa ganharia um tom gris em função da violência que se desataria.
Na realidade, neste domingo, a solidariedade do povo venezuelano se somava à alegria do povo hondurenho: enquanto assistia a seu presidente discursando no Estado Bolívar, sul da Venezuela, vibrava para a que a nação hondurenha retomasse o timão da democracia e se afastasse da água revolta dos golpes e traições de oligarquias que continuam a levantar a bandeira da morte em nome da democracia.
Desde Ciudad Bolívar, capital do Congresso de Angostura, o Presidente Chávez discursava à beira do Rio Orinoco e afirmava que “Venezuela não será nunca mais colônia de ninguém. Somos e seremos livres pelo caminho da revolução”. Entre uma afirmação e outra assessores do presidente Chávez o colocavam a par da situação em Honduras. E dando seqüência em seus raciocínios informava: “Faz duas horas e um pouco mais saiu desde Washington um avião venezuelano, com dois capitães venezuelanos (…) levando uma comitiva presidida pelo legítimo e único presidente de Honduras, Manuel Zelaya”. Tão logo o mandatário Chávez esclarecia que esse mesmo avião é um avião de ALBA. Terminado o desfile militar, o presidente Chávez fez um discurso curto, quiçá o mais curto de seus discursos oficiais, mostrando-se preocupado como o que ocorria na América Central, dando mostras de que lhe interessava acompanhar de perto o que ocorria em Honduras.
Desde Honduras (desde as profunduras como diziam os colonizadores) as imagens de um povo em marcha vinha chegando aos lares venezuelanos. Pouco a pouco aquilo que deveria ser uma festa para o povo hondurenho vai se transformando em angústia, tensão e dor. O avião que transportava o presidente Zelaya não conseguiu aterrissar em função de barreiras militares nas pistas, e minutos depois as primeiras quedas, as primeiras gotas de sangue do povo beijando a terra.
Das alturas, certamente o presidente Zelaya desejava a festa com o seu povo, mas a alguns metros longe da pista onde pousaria, o luto já estava instalado, a dor dos pobres e humildes seguiria sendo abafado pelos tiros de metralhadoras. De lugares longínquos franco-atiradores desempenhavam suas funções; a morte para estes senhores era uma questão de “dever cumprido” e o fizeram com precisão cirúrgica.
O dia dos venezuelanos começou em ritmo de comemoração e júbilo pela independência, conquistada à base de muita luta e mortes, sobretudo de campesinos pobres que se alistavam nas mais importantes campanhas militares promovidas por Simón Bolívar. Para os hondurenhos também estava previsto um dia de júbilo pela volta do presidente Zelaya, e infelizmente o evento acabou em tragédia, em luto. Neste dia trágico, a solidariedade do povo venezuelano estava traduzida na voz do presidente Chávez que dizia que seguirá apoiando a Honduras “até que se restitua a democracia”, advertindo ao
mesmo tempo que o ocorrido em Honduras sinaliza “o começo de uma ofensiva que terá seu momento em outra parte do continente”. Enquanto isso, uma das mães das vítimas chorava por seu filho morto que saiu de sua casa no domingo em defesa da vida…
*Doutorando em Sociologia Política – UFSC – Atualmente pesquisando os Conselhos Comunais e a Democracia na Venezuela.
Texto: Elaine Tavares
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