Os países africanos substituem a rede bancária Swift pela rede chinesa
Texto: IELA
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Feira reuniu centenas de caraquenhos buscando informações
Um dos pontos chave da economia venezuelana é a agricultura. Vivendo desde décadas apenas do rentismo petroleiro, importando praticamente tudo o que consome, o país foi desaprendendo sobre a produção agrícola. E voltar a produzir comida para o mercado interno tem sido uma preocupação constante do governo, inclusive para combater a guerra econômica travada desde o ano passado contra os empresários que dominam o mercado da importação.
Agora, o governo de Nicolás Maduro está dando mais atenção ao problema e tem apresentado propostas de criação do que chama de “cidades produtivas”, ou seja, incentivando a produção de alimentos mesmo nas regiões urbanas. Para isso, foi realizado, na última semana, o Primeiro Encontro Nacional de Agricultura Urbana, com a participação de 34 expositores que organizaram oficinas e conversas buscando formar a população para o cultivo nas cidades, bem como a distribuição de sementes e informações sobre a transformação dos alimentos.
Durante o encontro, que aconteceu no Parque Los Caobos, em Caracas, o presidente Maduro convocou a imprensa nacional a participar dessa “semeadura da cultura produtiva” difundindo as atividades de formação. Segundo ele, a ideia das cidades produtivas busca vincular os que vivem na cidade com os camponeses, desenvolvendo atividades de produção que possam superar a guerra econômica. “Temos que ir criando as bases para uma nova economia produtiva que não vai acontecer apenas com a regulação da economia. Nós precisamos criar novas relações de produção”.
Maduro espera contar ainda com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) para impulsionar os projetos de produção de alimentos.
Um dos projetos que tem dado certo – e que vem sendo aplicado bem antes da crise, iniciado ainda no primeiro mandato de Chávez – é o das hortas escolares, que são organizadas pela Corporação Nacional de Alimento Escolar (CNAE). Seus dirigentes participaram das oficinas explicando como conseguiram lograr a produção de alimentos para as escolas que garantem as refeições gratuitas aos quatro milhões e duzentas mil crianças da rede pública de ensino, sendo o segundo país da América Latina a ter a alimentação estudantil universalizada.
Seguindo Miguel Marín, da CNAE, a Venezuela conseguiu implantar em todas as escolas os espaços produtivos que permitem sustentar o programa de alimentação escolar e ainda oferecem os instrumentos pedagógicos para que as crianças e os adolescentes possam ser introduzidos na cultura do trabalho e da agricultura. Hoje, existem mais de 4.100 hortas escolares ativas com mais de 2.300 hectares de terreno cultivado.
O incentivo à agricultura urbana não resolve o grave problema de abastecimento do país, mas, segundo Maduro e seus ministros, pode complementar o consumo em pelo menos 20%, o que já é bastante significativo.
Texto: Fernando Buen Abad Abad - Filósofo mexicano
Texto: Reynaldo José Aragon Gonçalves - jornalista
Texto: IELA
Texto: Bento Vilela