Memória – Cuba e a saída de Fidel (2008)
Texto: IELA
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Venezuela lança o satélite Simón Bolívar
Por Elaine Tavares – jornalista
Desde que assumiu o governo da Venezuela o presidente Hugo Chávez vem trabalhando na busca do que chama de “soberania comunicacional”. E o que isso significa? Que as pessoas, mais do que o direito de controlar os veículos de comunicação, que são na verdade públicos, precisam ter assegurado também o direito de produzir informação desde o seu ponto de vista. Não é de hoje que os meios de comunicação no mundo capitalista nada mais são do que reprodutores do pensamento dominante. Por conta disso, desde 1998, o governo tem batalhado para democratizar as comunicações, garantindo ao povo venezuelano o direito real de se expressar a partir de seus próprios meios.
Nesta quarta-feira que passou, dia 29, a Venezuela deu mais um passo na caminhada por soberania no campo da comunicação. Lançou, desde a China, o satélite Simón Bolívar, que permitirá a disseminação das informações pela América Latina, sem passar pelo controle dos Estados Unidos. Não é sem razão, portanto, que o artefato leva o nome do libertador. Simón Bolívar expulsou desta parte do continente o usurpador espanhol, no lombo de um cavalo, bramindo uma espada. Agora, para os venezuelanos, ele também cavalga no espaço com a mesma revolucionária missão: libertar as gentes da dominação estadunidense.
Atualmente orbitam a terra mais de três mil satélites, cada um deles cumprindo determinadas funções, mas sempre a partir do interesses de governos e empresas que podem ir desde o controle das informações públicas até a espionagem sobre as pessoas. Agora, com este satélite, a Venezuela quer criar uma plataforma tecnológica capaz de se auto-sustentar, sem passar pela interferência de qualquer outro artefato de outro país. Quem comanda todo esse processo é uma mulher, a presidente do Centro Espacial Venezuelano, Nuris Orihuela, e é ela quem explica a importância do satélite: “Este projeto é uma iniciativa histórica do ponto de vista tecnológico, é a colocação em marcha de um processo de transformação que nos levará a outros níveis de manejo da informação e, sobretudo, nos permitirá fazer dos processos de integração uma ferramenta verdadeira. É um projeto venezuelano para a humanidade e em seu benefício”.
Com este satélite serão beneficiadas num primeiro momento, na Venezuela, as bibliotecas nacionais, que terão um modo operativo em tempo real para a educação. Além disso, permitirá a disposição de 24 canais de televisão e 24 de rádio. Segundo Nuris, a quantidade de dinheiro que a Venezuela paga hoje pelos infocentros e redes de telecomunicações é muito grande, portanto, agora, o país vai se beneficiar muitíssimo com este projeto, além de conseguir levar o sinal de sua produção aonde quer que alguém o deseje. Não bastasse isso, o satélite permitirá ainda a vigilância das áreas agrícolas, das zonas sísmicas e impulsionará a tecnologia celular, sendo fundamentalmente uma empresa nacional.
Circulando pela órbita terrestre, Simón Bolívar possibilitará que informações até então escondidas do povo, tais como a verdade sobre a guerra do Paraguai, a luta de Tupac Amaru, Tupac Catari, Sepé Tiaraju, a resistência indígena, a história originária destas terras, as guerras de libertação, os horrores das ditaduras, enfim, tudo que tem sido sistematicamente esquecido pelos donos do poder, chegue a todas as casas. Além disso, permitirá que uma família que tenha acesso a uma antena parabólica possa, finalmente, conhecer os artistas, os escritores, os dramaturgos de todo o continente. Permitirá que a língua espanhola adentre os lares do Brasil e que o português chegue a todos os cantos de Abya Yala. A integração, enfim… Em todos os cantos da América Latina, as gentes comemoram, tal como se pode constatar por este texto que está sendo distribuído pela internet:
“Tudo isso culminou na base espacial chinesa de Xichang, a uns dois mil quilômetros a sudoeste da capital, para o lançamento ao espaço, depois da meia-noite, do satélite venezuelano Simón Bolívar, conforme nos conta a Prensa Latina. Quando o satélite subia aos céus podia-se ver a auréola do Libertador Simón Bolívar cavalgando em seu cavalo de aço, erguendo sua espada para alcançar a justiça social, a paz, a liberdade, a soberania nacional e a independência.
Hoje as crianças de toda a América Latina terão uma razão a mais para olhar ao horizonte em busca de seus sonhos. Ali, nesse horizonte, verão resplandecer o Satélite Simón Bolívar esclarecendo à Terra, especialmente nos países americanos, a verdadeira história e sentimento de milhões de seres que foram tiranizados pelos impérios. E Simón Bolívar dirá ao Cosmos que estamos orgulhosos de nossa herança, de nossos costumes, de nossa cultura, de nossas línguas, que somos latino-americanos. E essa mensagem estará para sempre carregada com uma incomensurável dose de amor”.
E assim é! Que viva Bolívar, que viva a soberania dos povos!
Texto: IELA
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