Início|Sem categoria|49 x 49 – Quando o empate é uma vergonha nacional

49 x 49 – Quando o empate é uma vergonha nacional

-

Por IELA em 21 de maio de 2011

49 x 49
Por Juan Luis Berterretche – Por tal Desacato
Quando o empate é uma vergonha nacional
21.05.2011 – Esta derrota da Verdade e da Justiça no Uruguai deve ser analisada no contexto de anos de claudicação da Frente Ampla perante as Forças Armadas do país. Este triunfo da impunidade no Uruguai tem como principais responsáveis os dois presidentes da Frente Ampla, Tabaré Vázquez e José Mujica que têm feito tudo o possível para evitar que a justiça processe aos assassinos e torturadores militares. Nesta desprezível tarefa contaram com o apoio da maioria dos dirigentes partidários dos grupos que integram a FA.
Durante a presidência de Tabaré Vázquez, o governo e a FA, com ampla maioria no parlamento, nada fizeram por anular o engendro da lei de caducidade.
É óbvio que faz anos que existe um acordo implícito (ou explícito?) da FA com as Forças Armadas para não processar os assassinos e torturadores militares.
O plebiscito de 2009 para anular a lei sofreu sabotagem dos principais líderes da Frente Ampla e ainda assim alcançou o 48% dos votos.
O presidente Mujica interveio publicamente várias vezes para defender uma anistia aos militares responsáveis de violações dos direitos humanos.
Antes da votação de 20 de maio houve uma forte pressão do ex-presidente Vázquez, o atual vice-presidente Danilo Astori e o presidente Mujica, juntos, encima dos parlamentares da FA para impedir a votação.
Semproni – o voto 50 que tivesse anulado a lei de caducidade – só personaliza com seu não-voto uma intenção geral da maioria dos parlamentares da FA. Realizou o trabalho sujo. Alguém tem que fazê-lo? Quantos dos 49 deputados da FA que votaram contra a lei de caducidade, – acatando a resolução majoritária do Plenário Nacional da FA-, o fizeram porque estavam conscientes de que faltaria o voto 50 e a lei não seria anulada?
O próprio Mujica salientou seu apoio à “reconciliação e unidade nacional” (ou seja, à anistia aos militares responsáveis de torturas e assassinatos) horas antes da votação, na comemoração da batalha de Las Piedras, no recente 18 de maio passado. Ali afirmou com total falta de vergonha que: “não se deve jogar encima das atuais Forças Armadas nossas frustrações do passado”.
Mujica, no seu esforço por defender torturadores e assassinos até levou sua solidariedade e confraternizou com o General Miguel Dalmao internado no Hospital Militar, primeiro general em atividade processado pela Justiça – em 2011 – por crimes na Ditadura.
O governo e as organizações políticas que integram a FA têm plena responsabilidade pela manutenção da impunidade militar depois de 25 anos de restituição de uma “democracia” tutelada, baseada na aquiescência de torturadores e assassinos militares.
21 de maio de 2011
Versão em português: Raul Fitipaldi, de América Latina Palavra Viva.
 

Últimas Notícias