Teoria das Janelas Quebradas e o consenso securitário neoliberal
Texto: João Gaspar/ IELA
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Lá no céu tem porta
portão é que não tem.
No céu de Dante Alighieri São Pedro é o santo chaveiro bonachão, o vigia leão de chácara.
A TV matou a janela, segundo Nelson Rodrigues.
Quem não é menino de rua brinca no preigraudi.
A varanda já era.
Nas telenovelas não têm avô e avó.
Pobre velho, pobre velha – inúteis e descartáveis.
O avoengo com calça apertadinha em seu cooper diário está com o headphone grudado na orelha.
Dizia Oscar Wilde que o mito da juventude é um mito homossexual.
O coroa malha para permanecer eternamente jovem.
O amor à primeira vista banido com o perigo do contágio.
Tchau, tchau, beijim, beijim.
A ironia de Albert Camus: a peste é democrática.
Na rua o encontro amoroso pede o atestado de sangue limpo.
Bimbou, morreu.
O ideal monogâmico exige o imperativo: sou o pai da minha mulher e a minha mulher é a minha mãe.
O povo acredita que foi o roque in Rio que trouxe a Aids para o Brasil, assim como acredita na morte matada de Tancredo Neves.
A vítima do “índice de audiência” é a mulher. O mulherio determina a sedução cultural. O cinema glauberiano dançou em termos de público, a música popular se deu bem.
Quer dizer então que o cinema é macho e a música fêmea?
A música pop misógina. A mulher aí é serpente, causadora do mal. Eva venenosa, bruxa do pecado.
Engels gostava da frase de Charles Fourrier: o grau de liberdade de uma sociedade mede-se pelo grau da liberdade da mulher.
Texto: João Gaspar/ IELA
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Texto: João Gaspar/ IELA
Texto: IELA