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Da América Latina para o mundo

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Por IELA em 28 de janeiro de 2005

Da América Latina para o mundo
Por Raquel Moysés – jornalista no OLA
28/01/2005 – Descontados os excessos de quem atribui poderes quase sobrenaturais aos meios de comunicação, praticamente ninguém mais duvida da capacidade que a chamada mídia tem de envolver, revolver, fazer mover, convencer e também manipular a opinião pública. Na Venezuela, o governo de Hugo Chávez Frías viu isso acontecer, de modo dramático, quando enfrentou os que tentaram arrasar a revolução bolivariana através de um golpe montado dentro de estúdios e redações de meios de comunicação dominados porgrupos avessos ao poder popular.
Não fosse pela atuação de dezenas de meios alternativos e pelo documentário “A revolução não será televisionada”, feito por jornalistas irlandeses durante o golpe de estado de 2002, pouca gente ficaria sabendo como os golpistas agiram e como reagiu nas ruas o povo venezuelano para exigir o cumprimento da Constituição Bolivariana e a volta do presidente eleito. O documentário oferece uma versão a partir dos olhares de repórteres que, de dentro do palácio Miraflores, registraram os fatos desde o momento em que Chávez foi aprisionado até o seu retorno, pelas mãos do povo que derrubou o golpista Carmona.
É também por esses acontecimentos que Chávez mantém um quase obsessivo desejo de fazer virar o jogo da comunicação, o chamado “quarto poder”, que, na Venezuela, é um “sexto poder”, pois lá há cinco poderes e não três, como usualmente no ocidente, já que a Constituição Bolivariana instituiu no país os poderes Cidadão e Eleitoral. Esse desejo do presidente venezuelano se expressa, de forma decisiva, na iniciativa anunciada por ele, neste início de ano, de criar a emissora Televisora del Sur (Telesur), uma empresa anônima, com alcance continental, para divulgar a realidade latino-americana para o mundo.
A idéia é de lançar a Telesur em março como informou o ministro Andrés Izarra, da Comunicação e Informação. Nesse esforço também estariam envolvidos, segundo o ministro, canais públicos da Argentina e do Brasil, mas, por enquanto o único acionista conhecido é o estado venezuelano. Chávez anunciou a criação desse “meio de comunicação audiovisual hemisférico” durante o seu programa “Alô, Presidente”, afirmando que vai “difundir uma visão real da diversidade social e cultural da América Latina e do Caribe para oferecê-la ao mundo.”

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