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Barbados elege primeira presidente da história do país

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Por IELA em 21 de outubro de 2021

Barbados elege primeira presidente da história do país

Barbados é uma das ilhas que conforma as Pequena Antilhas, tem 34 quilômetros de comprimento e 23 de largura. Abriga um pouco menos do que 300 mil habitantes e até 1966 foi uma colônia britânica, tendo Isabel II como rainha. A independência foi meio capenga, pois mesmo com a designação de um Estado Independente, seguiu atrelada à Grã Bretanha e à rainha que continuou chefe de estado e nomeando os governadores gerais. Durante muito tempo discutiu-se a possibilidade de Barbados tornar-se por fim uma república livre e em 2020 começou o que foi chamado de período de transição. A governadora-geral Sandra Mason anunciou que a ilha deixaria de ser uma monarquia constitucional. Agora em outubro, finalmente, Barbados se prepara para tornar-se República e elege – ainda que em eleições indiretas – sua primeira presidente.
A eleição foi realizada nesta quarta-feira (20) em uma reunião conjunta das duas Câmaras do Parlamento e, em votação secreta Sandra Mason, a então governadora-geral, foi eleita garantindo mais que os 2/3 necessários. Sua investidura no cargo se dará em 30 de novembro, quando Barbados também se denomina República,  colocando fim a uma longa dominação britânica sobre o destino da ilha.
A indicação do nome de Mason para a presidência foi feita no dia 12 de outubro, em parceria pela primeira-ministra Mia Mottley e o líder da oposição no parlamento, o bispo Joseph Atherley, garantindo acordo para uma transição sem maiores rugosidades. Apenas um senador da oposição se colocou contrário à indicação e se retirou da sessão. Sandra Mason, agora a primeira presidente do país, tem 72 anos, é advogada e está governadora-geral de Barbados desde 2018. Ela já foi membro da Corte Suprema e tinha como promessa de governo realizar essa transição. Cumpriu. 
Barbados já foi uma grande produtora de cana de açúcar e teve toda sua economia baseada no trabalho escravo, por isso mesmo a maioria da população é negra. No século XVIII era considerada uma das principais colônias inglesas. No início do século XX nasce o Partido Laborista de Barbados, vinculado aos trabalhadores e com bandeiras independentistas, de cujas fileiras saíram os mais importantes políticos do país. É do PLB a atual primeira-ministra. O segundo partido mais importante é o Laborista Democrático, que levou a cabo a independência, mas manteve a ilha atrelada à coroa britânica. 
Hoje, Barbados ainda cultiva cana e produz o rum. A bebida é produzida desde 1703, e é considerada como o rum mais antigo do mundo, sendo o carro-chefe das exportações do país. A indústria do turismo é a segunda mais importante e esteve bastante afetada pela pandemia, mas o país também se garante sendo um paraíso fiscal. A marca do Reino Unido está em toda parte. A língua oficial é o inglês, a mão do trânsito é pela esquerda, o esporte mais popular é o críquete e a ilha se orgulha de sua filha mais famosa, a cantora Rihanna.
Agora, Barbados seguirá seu caminho desvinculada da Inglaterra, mas não de todo livre. As notícias dão conta de que a China tem sido uma grande parceira de negócios e tem investido muito na ilha, sendo também grande uma das grandes incentivadoras da República. Sempre é bom lembrar que Barbados está incluída na Nova Rota da Seda, um gigantesco projeto chinês de novos parceiros para os negócios, sendo assim, esse novo momento da ilha tem muito mais a ver com novos caminhos comerciais do que com a luta ideológica pela independência real. 
 

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