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Originários do Equador podem perder sua universidade

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Por IELA em 13 de novembro de 2009

Originários do Equador podem perder sua universidade

Baseado em um relatório da Assembléia Nacional sobre o desempenho das Universidades do Equador, o presidente do Conselho Nacional de Avaliação da Educação Superior daquele país, Arturo Villavicencio pediu o fechamento de várias delas, inclusive a pioneira e internacionalmente reconhecida Amawtay Wasi, que se notabilizou pela formação do povo originário, desde a sua perspectiva ancestral.
O estudo de avaliação de desempenho acontece no marco das profundas mudanças que vem acontecendo no Equador e dentro da discussão da nova Lei de Educação Superior. Segundo o informe, 26 das 68 universidades estão em precárias condições de ensino, com uma orientação totalmente empresarial, buscando atuar no campo da educação como se este fosse um negócio qualquer, além de estarem completamente orientadas para o mercado. Até aí nada demais, uma vez que em toda a América Latina os anos 90 viveram uma explosão das universidades privadas, meras fabricantes de diplomas. Mas a surpresa foi o informe ter colocado a Universidade Intercultural Amawtay Wasi neste patamar.
O reitor da Universidade Intercultural, Fernando Sarango, se mostrou indignado com isso, uma vez que a universidade é uma conquista do povo originário, e sempre se manteve a duras penas, sem qualquer apoio governamental. Disse ele que talvez o Conselho Nacional de Avaliação da Educação Superior não saiba, mas as nações originárias do Equador tiveram de lutar por mais de 10 anos para terem reconhecido o direito de atuar legalmente como universidade, organizada a partir de suas concepções históricas. Ele ainda lembra que as comunidades sempre exigiram do governo a condição de ser uma universidade pública, sem nunca ter conseguido. “Por isso a escola é privada, mas nós não atuamos dentro da lógica do mercado. Nossa educação está fincada nas bases da vida comunitária”.
O reitor denuncia que o parecer feito pelos especialistas do CONEA não leva em conta o fato de a Universidade Amawtay Wasi ter seu próprio modelo educativo, que desenhou uma estrutura curricular inovadora, recuperando o conhecimento ancestral, o conhecimento de outras culturas e concluindo com o diálogo de saberes. “Que outra universidade no Equador oferece cursos como os de Ciências da Educação voltada a Pedagogia Intercultural, Arquitetura Ancestral e Agroecologia? Quando este governo vai reconhecer que os povos originários tem direito de organizar sua educação e de montar sua própria base de interesse?” 
Sarango insiste que o governo equatoriano tome em conta o que diz a Constituição, que torna o país um estado plurinacional, e recorda o Convênio No. 169 da OIT assim como a Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas. “Exigimos que o governo tire a Amawtay Wasi da lista vermelha e que a reconheça como uma Universidade Comunitária, financiada nos termos do Art. 27 do Convênio No. 169 da OIT e da própria Carta Magna do Equador”.
LEIA NOTA DA UNIVERSIDADE AMAWTAY WASY
ANTECEDENTES
La Universidad Intercultural de las Nacionalidades y Pueblos Indígenas “Amawtay Wasi”, UIAW, es una propuesta de educación superior desde el movimiento indígena y tiene como patrocinadores a la Confederación de Nacionalidades Indígenas del Ecuador “CONAIE”, y el Instituto Científico de Culturas Indígenas “ICCI”, Amawta Runakunapak Yachay “ARY” La UIAW , “Casa de la Sabiduría “, es el resultado de un largo proceso de trabajo, debate y sistematización en la que participaron un equipo interdisciplinario conformado por directivos, docentes, comuneros, investigadores y profesionales indígenas y no indígenas. Este proceso se inició a mediados de la década de los noventa, culminando la primera fase con la  Resolución RCP.S19.No.493.03 del 26 de noviembre del 2003, emitida por el Consejo Nacional de Educación Superior (CONESUP), en la ciudad de Manta,  con la que resuelve emitir Informe Favorable Obligatorio para la creación de la Universidad Intercultural de las Nacionalidades y Pueblos Indígenas “Amawtay Wasi”, la misma que se logra mediante Ley 2004 – 40, publicada en Registro Oficial No. 393, del 5 de agosto del 2004.
El estatuto Orgánico de la Universidad Intercultural de las Nacionalidades y Pueblos Indígenas “Amawtay Wasi”  fue aprobado por el Pleno del CONESUP, el 30 de noviembre del 2005, en sesión realizada en la ciudad de Ambato.A partir del mes de noviembre del 2005, la Universidad  Intercultural Amawtay  Wasi, acatando las disposiciones del CONESUP,  pese a ser atentatorias al espíritu de la Ley de creación, permanece por cinco años restringido en el espacio territorial de la provincia de Pichincha, lejos geográficamente de las Nacionalidades y Pueblos Indígenas, y restringido también en tan solo tres carreras de pregrado de las muchas que se propusieron, así: Licenciatura en Ciencias de la Educación con mención en Pedagogía Intercultural, Arquitectura ancestral  e Ingeniería en Agroecología.
En el año 2007 – 2008, con el apoyo de la Cooperación Belga y Española y en convenio con la Universidad Central,  hemos realizado el  Diplomado Superior en Docencia e Investigación Intercultural, graduando a 31 compañeros indígenas y no indígenas que forman parte de la planta docente de la Universidad.
En febrero del 2008, se dio inicio a la Maestría en Pueblos Indígenas y Derechos Humanos, que con el apoyo de la Cooperación Belga y Española y en convenio con la Universidad Central del Ecuador se viene ejecutando exitosamente.
Hemos ejecutado más de  100 Comunidades de Aprendizaje con los diferentes Pueblos y Nacionalidades en las más diversas áreas de la sabiduría originaria, inclusive una comunidad de Aprendizaje para capacitar 131 servidores de la Salud Intercultural en convenio con el Ministerio de Salud Pública del Ecuador.
Actualmente tenemos convenios suscritos con varias universidades latinoamericanas y de España. La Universidad es cofundadora de la Res de Universidades Indígenas de Abya Yala. (Nicaragua, Colombia, Ecuador y Bolivia).
Una vez que en el mes de agosto del 2009, hemos cumplido los 5 años de creación legal, nos aprestamos a crear extensiones (visión occidental) Centros Universitarios Interculturales (Nuestra Visión) en: Otavalo – Pueblos Kichwas del Norte; Sisid – Pueblo Kichwa Cañari; Tenta – Pueblo Saraguro; y Macas – Nacionalidad Shuar.
Para mayor información: Visite www.amawtaywasi.edu.ec
 

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