La ilusion majoritária y la crisis de la representación política
Texto: Alejandro Olmos Gaona
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Foto – © ANSA/AFP
A direita argentina obteve importante vitória nas eleições legislativas garantindo maioria no Congresso com 40,84% dos votos. Importante salientar que estes 40% não foram só do La Libertad Avanza, partido de Milei, mas sim a soma do LLA com o PRO (Propuesta Republicana), partido de Macri. A oposição peronista, plasmada no Fuerza Patria conseguiu apenas 24,50% e o Províncias Unidas ficou com 5,12%. Com esse resultado, a situação soma mais de 100 deputados, embora fique claro que o presidente terá de negociar, inclusive com os seus aliados.
Os números foram recebidos com surpresa, pois o governo estava bastante fragilizado, principalmente depois da vitória do peronismo em Buenos Aires, mas a ajuda financeira dos Estados Unidos salvou Milei, já que novos empréstimos foram anunciados. No senado Milei garante cerca de 19 dos 24 senadores, enquanto o Fuerza Pátria perdeu vários dos seus representantes. Das oito províncias que elegeram senadores, o LLA ganhou em seis. Praticamente metade do Congresso foi renovado. Em tese, com a nova conformação do Congresso Milei está blindado contra qualquer tentativa de impedimento e pode garantir maioria para todos os seus projetos.
A participação dos argentinos nas urnas foi a mais baixa desde o fim da ditadura, 66%, mostrando o crescente desencanto com o sistema. Na última eleição presidencial a abstenção foi de 77%. Ainda assim, Milei celebrou o que chamou de vitória aplastante, garantindo aos argentinos que vai levar adiante a agenda neoliberal que orienta seu governo.
Mas, apesar da estrondosa celebração os números mostram que Milei perdeu votos entre os jovens – cerca de 45% dos menores de 30 anos não votaram – ganhando mais apoio da aliança antiperonista liderada por Mauricio Macri. A vitória do peronismo em Buenos Aires pode ter sido o alerta que estes grupos precisavam para garantir unidade. Os números também mostram que a aliança entre LLA e PRO que garantiu 53,82% na presidencial baixou para 40,84, representando uma queda de mais de 12%. Este descolamento da juventude muito provavelmente está ligado ao impacto econômico das medidas do governo que elevaram a pobreza no país.
O governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, declarou que, a se considerar estes números, o que se vê é que apenas um terço dos que votaram em Milei nas presidenciais respaldaram o partido nestas eleições, o que abre boas possibilidades para novas forças políticas. A resposta popular mostra que um terço da população rechaça Milei, outro um terço respalda e o terço restante se abstém. De qualquer forma, o novo Congresso estará aliado a Milei e pode garantir suas proposta, ainda que com negociações.
Pelas declarações do presidente, que agora diz que vai acelerar o seu programa, os argentinos receberão em breve um pacote de privatizações, reformas trabalhistas leoninas que precarizarão ainda mais o trabalho e, provavelmente, com novos empréstimos do FMI e mais desvalorização da moeda. Tudo isso certamente levará trabalhadores, estudantes e aposentados às ruas. Logo, os resultados de agora não garantem necessariamente uma possível reeleição. De qualquer sorte, dias difíceis se acercam.
Texto: Alejandro Olmos Gaona
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