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Primeiro-ministro de San Vicente e Granadinas quer se desligar da coroa britânica

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Por IELA em 27 de julho de 2022

Primeiro-ministro de San Vicente e Granadinas quer se desligar da coroa britânica

Primeiro-ministro Ralf Gonsalves

A região do caribe ainda convive visceralmente com o colonialismo, afinal não são poucos os países que permanecem ligados aos países invasores, mesmo que ostentem o título de estados livres ou autônomos. É o caso da Guiana (inglesa), Granada, a Guiana Francesa, Martinica, Curaçao e Porto Rico, entre outros, todos tendo como chefes de governo ou o presidente Francês, a Rainha da Inglaterra ou presidente dos Estados Unidos, ou o reino da Holanda. Localmente elegem governadores gerais ou primeiros-ministros, mas seguem vinculados ao governo matriz. 
Muitos deles, como Porto Rico – que é colônia dos EUA – têm larga tradição independentista, mas ainda assim, sempre sufocada pela repressão. Outros vivem bem com o fato de serem colônias e até se orgulham de fazer parte dos países europeus. Ainda assim, a chama da liberdade arde e vez em quando aparecem propostas de libertação. Como são países pequenos ou pequenas ilhas a ideia de estar desvinculado do país responsável pela colonização sempre provoca medo, ainda que sendo parte deles, não tenham o mesmo status, nem de cidadania nem de estrutura. Um drama sempre em suspenso. 
Esta semana o primeiro ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves,  apresentou uma proposta de referendo ao Parlamento local, visando consultar a população sobre substituir a Rainha Isabel II como chefe de estado, elegendo um presidente local. Ele também apontou que se for aceita a sua proposição de consultar a população sobre esse tema, pretende levar a cabo um processo de descolonização também dos nomes de parques e ruas que têm referência ao mundo britânico. 
Conforme Ralf é necessário que os países independentes ou autônomos da Comunidade do Caribe façam de uma vez a transição do sistema monárquico para um republicano, como fez Barbados em novembro de 2021. Não faz sentido seguir vinculado às coroas ou governos europeus. Esse é um tema que está latente no país desde o ano passado quando os são-vicentinos protestaram exigindo reparação pela escravidão durante uma visita dos condes de Wessex, Eduardo e Sofia. 
Em 2009 já aconteceu um referendo em São Vicente, com o mesmo propósito, mas 55% dos votantes decidiram por seguir mantendo o regime monárquico, com a Rainha Isabel II no comando. Agora, com a movimentação em outras ilhas vizinhas o tema volta com força. O primeiro ministro pretende que tanto a situação quanto a oposição aceitem a ideia e só assim dará sequência ao processo. 
 

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