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Unasul discute crise Venezuela/Colômbia

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Por IELA em 23 de julho de 2010

UNASUL QUER DISCUTIR ROMPIMENTO DIPLOMÁTICO ENTRE VENEZUELA E COLÔMBIA
 
Por – Marina Terra | Redação / Opera Mundi
 
23.07.2010 – Após o anúncio do rompimento das relações diplomáticas entre Venezuela e Colômbia, o ex-presidente Nestor Kirchner, atual secretário-geral da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), o presidente temporário da organização, o equatoriano Rafael Correa e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva começaram a costurar um plano para a crise sul-americana.
O desejo é o de debater na Unasul a situação, anunciada na tarde de ontem (22/7) pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, após o embaixador colombiano na OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Alfonso Hoyos, fazer uma série de acusações contra a Venezuela, que estaria abrigando guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ELN (Exército de Libertação Nacional).
Ontem, o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, pediu que a Unasul convoque “de maneira imediata” uma reunião de seu Conselho Político para que avalie a crise. “Solicitamos de maneira imediata” que se reúnam os chanceleres do bloco para que o governo venezuelano “denuncie e leve ao debate esta agressão para que a Unasul dê uma resposta”, declarou Maduro.
 O próprio Chávez, conforme noticiou o jornal argentino Página 12, telefonou a Kirchner e aos presidentes Correa e Lula para comentar a situação. O cenário indica que o presidente venezuelano não quer mais qualquer envolvimento da OEA, que ontem aceitou escutar as denúncias colombianas e cujo presidente, José Miguel Insulza, foi criticado pelo Equador, por meio de seu chanceler, Ricardo Patiño. “Insulza tem agora a responsabilidade pelo que ocorreu na região por não ter atendido as consultas que nós pedimos.”
Patiño sustentou que a Unasul tem mais capacidade de lidar com a crise. “A Unasul tem mais capacidade de diálogo”, afirmou, porém, sem detalhar os próximos passos que o bloco daria, explicou, para não “cair nos mesmos erros” de Insulza. “Consultarei o presidente (Correa) para que me dê coordenadas a respeito do tema. Sequer quero adiantar a possível data de uma reunião de emergência. Não quero me precipitar, acredito que deveríamos consultar os governos da América do Sul”, explicou Patiño.
Retrospecto de Uribe
Resta agora conhecer a disposição do presidente colombiano, Álvaro Uribe, em participar de um debate na Unasul. Uribe passará a faixa presidencial para o presidente eleito, Juan Manuel Santos, no próximo dia 7 de agosto.
Em agosto do ano passado, após a Colômbia anunciar a instalação de mais bases militares em cooperação com os Estados Unidos, Uribe aceitou a convocatória para uma reunião da Unasul em Bariloche, Argentina, e evitou um rechaço generalizado das nações sul-americanas.
O rompimento dos laços diplomáticos foi anunciado por Hugo Chávez na tarde de ontem. Na ocasião, acompanhado de Diego Maradona, ele disse ter sido “obrigado” a tomar tal atitude frente às acusações colombianas. Autoridades de Bogotá denunciam que guerrilheiros estariam escondidos em seu país com o consentimento de Caracas.
A decisão foi tomada no momento em que o Conselho Permanente da OEA se reunia em Washington para analisar a crise. Perante os membros da entidade, a representação colombiana fez uma série de ataques, denunciando a presença de guerrilheiros das Farc e do ELN em ao menos 87 acampamentos em cidades venezuelanas. Foram apresentados documentos, imagens, vídeos e coordenadas de onde estariam instalados os criminosos.
A Venezuela, por meio do diplomata Roy Chaderton Matos, repudiou as declarações e negou que estas fossem novas denúncias, esclarecendo que em 2005 já foram feitas inspeções nas regiões citadas.

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