Trama Digital Originária reúne indígenas para formação em Brasília

A primeira oficina nacional de formação em comunicação das comunidades indígenas organizada pelo projeto de extensão Trama Digital Originária da Universidade Federal de Santa Catarina, coordenado pela professora Beatriz Paiva, começou em Brasília na segunda-feira, 14, e teve como tema a questão territorial. A oficina iniciou com um relato dos participantes sobre a situação atual nas aldeias onde vivem, sobre os processos de demarcação de terras indígenas e a luta dos povos originários na América Latina. Participaram jovens indígenas das etnias Baniwa, Baré, Xucuru, Ticuna, Piratapuia e também o representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Paulino Montejo, da etnia Maia Popiti. 
Braulina Aurora, Baniwa, relatou a situação de seu povo na Amazônia na região do Rio Negro onde os indígenas enfrentam problemas com a mineração, a pesca esportiva e o também o suicídio de crianças (demônio entre os jovens). Suliete Monteiro, Baré, comentou que estes também são problemas enfrentados em sua aldeia no Médio Rio Negro. Paulino Montejo, da APIB, falou que na atual conjuntura é fundamental colocar em pauta o ataque aos direitos indígenas, a regularização fundiária, reconhecimento dos povos indígenas e as lutas contra a exploração mineral.
As oficinas acompanhadas pelos monitores Cristiano Mariotto e o estudante de jornalismo Rubens Lopes acontecerão até sexta-feira, 18, com a elaboração de um roteiro e documentação em audiovisual sobre os temas levantados durante as formações. Os materiais produzidos pelos indígenas serão disponibilizados no site do Instituto de Estudos Latino-Americanos, nos grupos das entidades representantes dos povos indígenas e nas redes sociais.