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Agricultores fazem greve de fome contra a reforma da Previdência

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Por IELA em 13 de dezembro de 2017

Agricultores fazem greve de fome contra a reforma da Previdência

Rodrigo Maia conversa com grevistas e diz que vai votar a favor. Foto: O Estadão

Trabalhadores do campo estão em greve de fome há nove dias na Câmara dos Deputados em Brasília. Eles protestam contra a Reforma da Previdência, que praticamente inviabiliza a possibilidade de aposentadoria para a maioria dos trabalhadores no Brasil.Governo quer votar o projeto em tempo recorde.
Participam da greve cinco pessoas: Josi Costa, Leila Denise e Frei Sérgio Görgen, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Fábio Tinga do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Direitos (MTD), Simoneide de Jesus do MPA, Rosangela Piovizani e Rosa Jobi, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). 
Os trabalhadores decidiram por essa medida extrema afirmando que mais vale passar fome agora, num protesto, do que permitir que milhões de pessoas passem fome a vida toda, pois é o que se pode esperar caso passe a reforma. Afinal, a questão da aposentadoria se somarão a reforma trabalhista – que é quase um retorno à servidão – e o congelamento dos gastos públicos em 20 anos. As três ações conjuntas são como uma declaração de guerra aos trabalhadores do país. 
Ontem o presidente da Câmara, Rodrigo maia, esteve conversando com os grevistas e garantiu a eles que não deve entrar no projeto a ser votado o tema da aposentadoria rural e do benefício de Prestação Continuada, o BPC, que paga um salário mínimo a idosos sem aposentadoria e a deficientes com baixa renda.
Maia disse ainda que a votação da reforma sai ainda esse ano e só não acontece se o governo não garantir os 308 votos necessários. Isso soou como um bom sinal, pois significa que a vitória governamental ainda não está dada. Por outro lado, considerando o sistema de compra de votos, também é ruim, pois aponta para mais sangria de recursos públicos visando o ataque aos trabalhadores.
Assim, segue sendo muito importante a pressão sistemática junto aos deputados, como vem acontecendo nas últimas semanas, nos aeroportos, dentro dos aviões, na Câmara e nas ruas. 
Os manifestantes conclamam a todas as organizações do campo e da cidade para se aliarem nessa luta de resistência, realizando atos em todos os Estados para efetivamente barrar essa reforma, que, uma vez aprovada, pode inviabilizar o destino das gerações futuras. 
Em Santa Catarina esse chamado já foi acolhido e desde ontem (12.12) um grupo de agricultores ligados aos movimentos de mulheres, pequenos produtores, sem terra e atingidos por barragens também ocupou a Assembleia Legislativa, onde igualmente entrou em greve de fome. 
Os camponeses como sempre na vanguarda promovendo ações radicais que precisam da parceria dos trabalhadores urbanos. É tempo de fortalecer a união campo/cidade, única forma de fazer avançar as conquistas dos trabalhadores.  

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