Baralho latino-americano faz sucesso na Sepex

Fotos: Matheus Brasilino Ferreira

O Instituto de Estudos Latino-Americanos participou de mais uma edição da Semana de Pesquisa e Extensão da UFSC. No estande fizemos a divulgação das atividades do Instituto tais como os livros, os grupos de estudo, os projetos, etc.. Mas, a atração mesmo ficou por conta do baralho latino-americano “Los Nuestros” que, como sempre acontece, provoca muita curiosidade nas crianças e nos adolescentes, público principal da Sepex.

A brincadeira do baralho é um jogo de memória com pessoas importantes na história latino-americana. A pessoa precisa juntar a carta que descreve o personagem com a figura que está na outra carta. No caso das crianças, poucas são as figuras que reconhecem. Os adolescentes acertam mais. Ainda assim, no geral, ficam apenas nos brasileiros. Personagens como Zumbi dos Palmares e Dandara são os mais conhecidos. Fora do Brasil, a que vem em primeiro lugar é Frida Kalo, a pintora comunista mexicana, muito mais por ter virado um ícone pop do que por sua arte e política.
Muitos jovens decidiam ficar no jogo, lendo as cartas, buscando pistas e tentando fechar o baralho. Uma festa. A turma do Iela ia dando dicas e assim a brincadeira ia até o final. Alguns estudantes se mostravam bastante desconfortáveis com o jogo, observando que pouco ou quase nada sabiam da história latino-americana. “Certamente temos de estudar mais”, diziam.

A surpresa ficou por conta de quatro meninas que chegaram ao estande no segundo dia de manhã. Rápida e alegremente foram apontando personagens como Che Guevara, Fidel Castro, Camilo Cienfuegos, Toussaint Loverture , General Petion, José Martí e outros. Admirados, percebemos que vestiam camisa de escola pública local, mas falavam espanhol. Pois eram duas cubanas e duas venezuelanas, totalmente familiarizadas com a história latino-americana. “Estudamos nossa história”, diziam.

Além do jogo de baralho o estande trouxe o jogo das bandeiras para que os estudantes pudessem encontrar o país correspondente. Este ficou num nível bem mais difícil o que também revelou o desconhecimento sobre Nuestra América. Ainda assim, a brincadeira acaba trazendo novos conhecimentos e principalmente curiosidade sobre o continente.

Foram três dias bem bonitos, nos quais alunos dos ensinos fundamental e médio podem ter acesso ao trabalho de pesquisa realizado pela UFSC nas mais variadas áreas. Estantes com bichos, plantas, microscópios, informações sobre física, ciência, biologia, história, enfim, todos os campos, atraiam a juventude, ávida por conhecer. É um momento único, quando a universidade mostra suas vísceras, seu funcionamento interno, sua criação.

Esta foi a 20ª edição da Sepex e contou com mais de 70 estantes. Centenas de estudantes passaram por lá, não apenas aprendendo coisas novas, como também despertando em si o desejo de um dia, estar ali, como universitário, igualmente criando saberes.