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Chile: Câmara aprova impedimento de Sebastián Piñera

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Por IELA em 09 de novembro de 2021

Chile: Câmara aprova impedimento de Sebastián Piñera

 

Enquanto no Brasil as revelações da operação Pandora Papers não causaram qualquer rugosidade, no Chile, a batalha é pela deposição do presidente Sebastián Piñera. Acusado na Câmara de Deputados por ter se utilizado do cargo para realizar negócios pessoais em compra e venda de uma mineradora, o processo contra ele foi em frente e teve importante etapa finalizada.  A Câmara de Deputados chilena aprovou esta manhã, depois de 22 horas seguidas de debates, a acusação constitucional contra o presidente Sebastián Piñera, em função das denúncias da operação Pandora Papers. Foram 78 votos a favor da deposição, 67 votos contra e três abstenções. 
A sessão foi arrastada por horas para permitir que o deputado Giorgio Jackson, que estava de quarentena até a meia-noite, pudesse ter tempo de viajar até o local da votação que era obrigatoriamente presencial, garantindo o voto decisivo aos que pleiteavam o impedimento. Agora, com essa decisão da Câmara o tema segue para o Senado.
No Senado a oposição vai precisar de 2/3 dos votos, o que significa que terá de convencer cinco senadores ligados ao governo. Não será uma tarefa fácil. 
Jorge Naranjo, o deputado socialista que falou por quinze horas seguidas para dar tempo que o voto crucial do deputado Jackson chegasse, disse que essa decisão da Câmara é uma homenagem a todos os chilenos que têm sofrido graves violações dos Direitos Humanos nesse governo corrupto de Piñera. Ele disse que a oposição mandou uma mensagem de esperança ao povo chileno sobre a possibilidade de construir um país melhor. Segundo ele, não é mais possível sustentar um presidente que atua à margem da probidade administrativa e causa danos à nação. 
O governo tem maioria no Senado e vai ser necessário muita mobilização popular e negociações entre os senadores para que a proposta do impedimento seja vitoriosa. A votação será no dia 19 de novembro, dois dias antes da eleição presidencial no Chile, na qual Piñera não concorre. Não terá, portanto, impacto pragmático no exercício do poder, mas caso seja aprovada a acusação, servirá para mostrar ao povo chileno que estes crimes não podem mais ser tolerados. 
 

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