REBELA - REVISTA EDIÇÕES
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Editorial
É com satisfação e compromisso redobrados que apresentamos este segundo número do terceiro ano de existência de Rebela. Inaugurada em 2011, Rebela se propôs a difundir a produção de intelectuais e ativistas sobre a América Latina e contribuir para a construção e consolidação de um pensamento social alimentado pela tradição marxista, em especial pelo marxismo latino-americano. Sabemos todos das limitações que enfrentam iniciativas contra- hegemônicas no reino da produção e disseminação de conhecimento. A brevidade da vida de periódicos brasileiros, particularmente os de acesso aberto e ainda mais os que se posicionam nessa tradição intelectual, é sempre um fantasma a rondar editores, autores e colaboradores. Via de regra, os processos de avaliação a que estão submetidos periódicos e pesquisadores se constituem como demarcadores de sua continuidade. Nesses dois anos de construção de Rebela logramos manter os propósitos inaugurais e ultrapassar o limite da avaliação institucional. Como já mencionamos em editorial anterior, Rebela foi oficialmente reconhecida pela CAPES e incluÃda em seu Qualis. Agradecemos a todos que, apostando em nossa proposta, submeteram artigos, avaliaram e publicaram em Rebela. Sob o império do produtivismo e do fator de impacto, colaborar com a consolidação de uma nova proposta editorial é, antes de mais nada, um ato polÃtico. Do mesmo modo, o reconhecimento institucional re-afirma nosso compromisso em disseminar o pensamento crÃtico latinoamericano, inclusive no meio acadêmico sem, no entanto, nos restringirmos a ele. Por isso, teoria e prática, ação e reflexão, contexto e totalidade social são os eixos que continuam a organizar mais este número de Rebela, como se verá nos artigos publicados.
Abrindo a sessão de artigos, estão dois ensaios teóricos que valorizam a apropriação do pensamento marxista por pensadores latino-americanos. Carlos Schmidt constrói o argumento de que as múltiplas formas de exploração dos trabalhadores passam não só pela relação mais imediata com o capital, como também pelo direcionamento dos recursos (valor) apropriados pelo Estado. Articulando um diálogo entre a Teoria Marxista da Dependência, originada nos estudos de Ruy Mauro Marini, e a Escola da Regulação Francesa, destaca a importância fundamental que Marx atribuÃa à esfera da circulação, ao contrário da crença difundida de que atribuÃa supremacia à esfera da produção. Andrez Kozel faz uma sÃntese dos aspectos mais importantes da trajetória polÃtica e intelectual do mexicano Carlos Pereyra Gómez, baseada na obra BolÃvar y Washington, un paralelo imposible. Destaca, especialmente, uma série de referências a Marx e ao marxismo; ao final, apresenta reflexões sobre a complicada e tensa relação entre as esferas do realismo polÃtico e da moral no pensamento do escritor mexicano.
Na sequência, estão três artigos que tratam, em diferentes perspectivas, de temáticas que envolvem a integração latinoamericana, a cooperação internacional e questões geopolÃticas. Porque discutem a partir da realidade regional não poderiam deixar de evocar também o tema do imperialismo. Hugo Lilli faz uma sÃntese dos processos de integração latinoamericana desde os anos 1950 até o presente para destacar questões geopolÃticas regionais que poderiam ser incluÃdas na consolidação de um espaço polÃtico, econômico e cultural comum. De forma incisiva, Aurora Furlong e Raúl Netzahualcoyotzi apontam o acirramento de problemas como pobreza, desigualdade, desemprego, miséria e fome em decorrência de processos de integração entre paÃses economicamente desiguais. Mostram que a população empobrecida dos paÃses que integram o Plano Mesoamérica constrói suas posibilidades de sobrevivencia mediante a migração para os Estados Unidos onde, especialmente as mulheres e as crianças se submetem a trabalho escravo. Abordam o tráfico infantil especialmente no México, o maior da América Latina, sua invisibilidade e difÃcil detecção. Sueli Goulart e Rodrigo Prado da Costa apresentam informações sobre a cooperação internacional em saúde no Haiti, sintetizadas em duas perspectivas: a cooperação Norte-Sul e a cooperação Sul-Sul. Identificam organizações governamentais e não governamentais ligadas à OCDE, à ALBA-TCP e à UNASUL como bases para a reflexão sobre as contradições da cooperação internacional naquele PaÃs. Trazem para a discussão as categorias imperialismo e internacionalismo para o entendimento da agenda e do modo como a cooperação internacional em saúde tem se organizado no Haiti, especialmente após o terremoto de janeiro de 2010.
As contradições de classe nos Andes boliviano são o tema do artigo de Yan Caramel Zehuri que analisa os movimentos CSUTCB (Central Sindical Única de Trabajadores Campesinos de Bolivia) e CONAMAQ (Consejo de Ayllus y Markas del Qollasuyo) durante os governos de Evo Morales. Apesar de suas diferentes concepções polÃticas, esses movimentos compuseram uma frente única (Pacto de Unidad) de apoio ao governo Morales. Em 2011, a aliança se rompe. O CONAMAQ passa a se opor ao governo, juntamente com outro movimento da região amazônica, enquanto a CSUTCB se mantém ao lado de Morales. Para o autor, a formação do campesinato e a sobreposição da comunidade indÃgena fundou uma contradição no campo boliviano. A crise ecológica, os conflitos socioambientais e a ordem neoliberal na América Latina constituem o campo de investigação sobre o qual Horacio Machado Aráoz se debruça. Sua preocupação está voltada para o risco de naturalização e de institucionalização da crise ecológica, observada nas últimas décadas. Por isso, argumenta que a luta pela disposição dos territórios se tornou o eixo fundamental de processos polÃticos em andamento. Seu objetivo é desenvolver uma hermenêutica crÃtica desses processos para contribuir com o desafio que enfrentam tanto as ciências sociais crÃticas como os movimentos sociais de vocação emancipatória. O texto de Rodrigo Daniel Avendaño questiona a trajetória do setor industrial argentino na década de vigência do incentivo macroeconômico. A resposta que encontra em evidências empÃricas lhe permitem afirmar que o retorno à produção e o estÃmulo derivado do esquema de preços relativos introduzidos pela elevação do câmbio, de fato reconduziram à primarização e à simplificação do perfil industrial do PaÃs que, ao final, reforçam o caráter tecnologicamente dependente do capitalismo argentino.
A primeira das resenhas deste número trata da obra do educador caraquenho Simón RodrÃguez, mais conhecido como o professor de BolÃvar. A resenhista, Elaine Tavares, entretanto, chama a atenção para o fato de Simón Rodrigues ter sido um dos mais importantes pensadores da educação do inÃcio do século XIX, capaz de propostas e ações revolucionárias nesse campo do conhecimento. Raphael Lana Seabra faz a resenha da primeira edição brasileira de O Capitalismo Dependente Latino-Americano da socióloga Vânia Bambirra, 40 após sua edição em espanhol. Segundo volume da Coleção Pátria Grande – Biblioteca do Pensamento CrÃtico Latino-Americano, organizada e editada pelo Instituto de Estudos Latino- Americanos da Universidade Federal de Santa Catarina e pela Editora Insular, essa publicação fortalece não só a disseminação das formulações da Teoria Marxista da Dependência mas também o reconhecimento de uma de suas principais teóricas entre os leitores brasileiros.
O ensaio fotográfico que encerra este número, de autoria de OsÃris Duarte, mostra a ocupação do Contestado, no municÃpio de São José – SC. A alusão a Guerra dos Contestado não é só uma mera palavra com efeito moral. Em 2012, ano em que se estabeleceu a ocupação urbana em São José, a batalha histórica completou 100 anos.
Boa leitura!
Coletivo Editorial
Artigos CientÃficos
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Autores: Aurora Furlong e Raúl Netzahualcoyotz
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